No dia 15 de outubro, o Brasil homenageia, justamente, os professores desse País, classe que não recebe no seu dia a dia o amparo e o reconhecimento necessários no desempenho de suas atividades. Personagem importante no reconhecimento dos educadores, Antonieta de Barros foi autora da Lei n° 145/1948, primeira legislação que criou o Dia do Professor em 15 de outubro no Estado de Santa Catarina (SC).
Em homenagem a essa importante figura da educação brasileira, o líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon (RJ), apresentou, nesta quinta-feira (15), o Projeto de Lei (PL) n° 4940/20, que inscreve o nome de Antonieta de Barros no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, localizado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves.
Molon destaca que Antonieta poderia ser a musa inspiradora das obras de Paulo Freire, o Patrono da Educação Brasileira. Ela foi alfabetizada tardiamente por jovens estudantes, formou-se professora e dedicou a vida a combater o analfabetismo de adultos carentes, na crença de que a educação era a única arma capaz de libertar os desfavorecidos da servidão.
Eleita em 1934 a primeira mulher negra para o parlamento, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, Antonieta levantou a bandeira política da educação para todos como poder revolucionário e libertador. Ela foi constituinte catarinense em 1935, onde relatou os capítulos Educação e Cultura e Funcionalismo. “Sua luta política foi marcada pela valorização do magistério, com proposições que permitiram assegurar o provimento dos cargos do magistério mediante concurso público, mitigar a influência política na escolha de diretores escolares e ampliar o acesso ao ensino superior por alunos carentes”, ressalta o líder do PSB.
O parlamentar também explica que ela era considerada “poeta menor”, atributo dado aqueles que evocavam o valor da sua dedicação ao estudo da língua portuguesa, à irrelevância da origem social e da cor da pele em relação ao aprimoramento intelectual, em contraposição aos beletristas de seu tempo. Além disso, Antonieta alcançou prestígio social e deixou um legado ao construir sua própria escola para alfabetização da população carente.
Por toda sua história, Alessandro Molon acredita que Antonieta de Barros faz por merecer a inscrição de seu nome no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Ele cita sugestão da jornalista Aline Torres, que exalta o nome de Antonieta de Barros: “deve ser conhecido por cada criança que homenageia seus professores no dia 15 de outubro. Por cada mulher que exerce seu direito ao voto e disputa vagas nas eleições. Por fim, por cada brasileiro que sai às ruas indignado com os preconceitos de cor, classe e gênero.”