Ex-presidente do Flamengo e atual deputado federal, Eduardo Bandeira de Mello (PSB-RJ) tem levado o futebol para além das quatro linhas. Presidente da Frente Parlamentar Pela Modernização do Futebol, ele tem liderado no parlamento diversas pautas voltadas ao universo da bola.
No estádio do Morumbi, em São Paulo, Bandeira reuniu um timaço para debater o futuro do futebol brasileiro. Em parceria com a Sport Integrity Global Alliance (SIGA) e com SIGA LATIN AMERICA, foi realizada a Conferência Inaugural & Audiência Pública do Estudo Independente sobre o Futuro do Futebol Brasileiro, onde os principais especialistas e stakeholders da indústria puderam contribuir com discussões sobre os desafios e oportunidades que moldarão o futuro do esporte mais amado do país.
Apesar de ser parte central da cultura nacional, o futebol brasileiro enfrenta desafios complexos, exigindo análise e soluções sustentáveis. Questões estruturais, incluindo governança, integridade, transparência, gestão financeira de clubes e formação de atletas, impactam diretamente sua capacidade de se tornar uma indústria de referência.
Entre os palestrantes no evento, o Superintendente Geral do São Paulo, Marcio Carlomagno, citou a passagem de Eduardo Bandeira de Mello pelo Flamengo como inspiradora, fazendo com que outros dirigentes tentem seguir o mesmo caminho.
Bandeira ressaltou que teve o privilégio de trabalhar com uma equipe absolutamente fantástica, focada e competente no Flamengo. “A gente precisava fazer muito mais que apenas gerir um clube de futebol. Era um clube que estava com a credibilidade a zero, e não medimos sacrifícios para resgatar o passivo ético-moral para transformar o Flamengo em um clube cidadão. A partir daí as vitórias começaram a chegar”, afirmou o deputado.
De acordo com o socialista, na Câmara, o desafio é mais ou menos como foi lá no início com o Flamengo, em 2013. “Mas ao invés de 40 milhões de torcedores, estamos falando de mais de 200 milhões de brasileiros, que possuem no futebol o primeiro ponto de contato com a realidade. Todo brasileiro discute futebol. Então, o futebol precisa dar um bom exemplo para os brasileiros”, acrescentou.
As reformas em curso, como a constituição de clubes SAF, a criação da Liga de futebol profissional, a regulamentação das apostas esportivas e a nova Lei Geral do Esporte, destacam a urgência de um Estudo Independente. É crucial estabelecer um plano estratégico consultivo para orientar os próximos passos do futebol nacional, fortalecendo sua missão social e econômica.
A Frente Parlamentar pela Modernização do Futebol surgiu para ajudar a discutir os assuntos candentes do futebol brasileiro, governança e o movimento da formação das LIGAS. “Além da LIGA, temos que discutir o modelo societário. Alguns clubes estão se transformando em SAFs. Mas quais são as circunstâncias? A gente vê um movimento positivo nessa formação de SAFS, mas tem muita picaretagem também. Muita gente pensando em transformar seu clube em SAF para se beneficiar pessoalmente, para se perpetuar no poder. E obviamente falar sobre a violência no futebol”, reforçou.
O Estudo Independente sobre o Futuro do Futebol Brasileiro busca fornecer um diagnóstico rigoroso, neutro e abrangente, identificando os gargalos existentes e propondo medidas concretas para impulsionar o desenvolvimento do futebol e preservar a integridade do esporte mais praticado do Brasil.