A Comissão de Fiscalização e Controle aprovou requerimento do deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) e o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, terá que ir à Câmara para explicar nota oficial, em tom de ameaça, contra o trabalho realizado pela CPI da Covid no Senado. “Não vamos aceitar intimidação ao trabalho parlamentar de fiscalização de agentes públicos. A lei é para todos, doa a quem quer. O papel das Forças Armadas e do Ministério da Defesa não é tentar esconder irregularidades e atacar quem investiga corrupção, mas sim identificar e responsabilizar quem comete crime”, afirma o deputado. O requerimento foi subscrito pelos deputados Kim Kataguiri (DEM-SP), Léo de Brito (PT-AC), José Nelto (Podemos-GO), Padre João (PT-MG) e Hildo Rocha (MDB-MA).
A nota, assinada por Braga Netto e pelos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, afirma que “as Forças Armadas não aceitarão ataque leviano às instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro”. Foi um ataque ao presidente da CPI, senador Omar Aziz, depois que ele afirmou que há muitos anos “o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo”.
Irregularidades
Ao defender o requerimento na Comissão, Elias Vaz reforçou que as Forças Armadas não estão imunes a práticas irregulares. O parlamentar contou detalhes de representação que fez na semana passada, com outros deputados do PSB, ao Ministério Público Federal e ao Tribunal de Contas da União sobre indícios de fraude em licitações das Forças Armadas para beneficiar empresas ligadas a militares, entre os quais um ex-capitão do Exército expulso por irregularidades e condenado em 2019 por corrupção. O esquema pode ter movimentado R$ 150 milhões no fornecimento de alimentos para as Forças Armadas. Só o grupo econômico ligado ao capitão expulso já venceu R$ 47 milhões em processos de compra em 2020 e no primeiro semestre deste ano. Curiosamente, todas as empresas funcionam no mesmo local, no Mercado Municipal de Benfica, no Rio de Janeiro.
O parlamentar também revelou, em fevereiro, compras milionárias de picanha, cerveja, bacalhau, filé mignon e salmão para atender ao Exército, à Marinha e à Aeronáutica. O Ministério Público Federal abriu processos de investigação em vários estados. “Nós defendemos a democracia e faz parte do processo democrático e das funções do parlamentar investigar o poder público e os órgãos mantidos com o dinheiro do povo”, destaca Elias Vaz.
Fonte: Assessoria do deputado Elias Vaz