A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle realizará uma auditoria dos gastos da Presidência da República com cartões corporativos nos meses de agosto, setembro e outubro de 2022. O pedido foi feito pelo deputado Elias Vaz (PSB-GO) e aprovado pelo colegiado nesta quarta-feira (23). A fiscalização contará com o auxílio do Tribunal de Contas da União (TCU).
O parlamentar identificou no Portal da Transparência um aumento expressivo dos gastos do presidente Bolsonaro com cartão corporativo durante o período eleitoral. Os valores sigilosos mostram que em agosto, setembro e outubro de 2022 foram gastos mais de R$ 9 milhões, 100% a mais do que o identificado nos mesmos meses do ano anterior. “O ano ainda não acabou, mas já contém o maior volume desse tipo de despesa nos últimos seis anos. É possível afirmar que Bolsonaro é o presidente que mais teve gastos sigilosos, embora fosse um crítico dessas despesas quando ainda era deputado”, disse Elias.
No requerimento, o socialista pediu que sejam averiguadas a legalidade e a legitimidade dessas despesas. “É importante saber qual a natureza dos gastos que apresentam discrepantes em relação à média anterior, se houve quantitativo maior de pessoas acompanhando o presidente nesse período e se os gastos realizados coincidiram com as agendas de campanha”, afirmou.
O deputado questionou ainda se houve locação de veículos e serviços que não foram contratados nos meses anteriores e se houve despesas que podem ser consideradas como gastos voltados à campanha eleitoral. “É fundamental que a população tenha oportunidade de saber o motivo desses gastos absurdos. O mau uso do cartão corporativo pode caracterizar como crime de responsabilidade e até mesmo como crime eleitoral. E tudo sob sigilo”, acrescentou o deputado.