CPI aprova pedido de Bandeira para ter acesso a investigações de manipulação de resultados em campeonatos do DF e RJ

A Comissão Parlamentar de  Inquérito (CPI) das Apostas vai solicitar informações de investigações de manipulação de resultados do Campeonato Brasiliense de 2021 e da quarta divisão do Campeonato Carioca de 2020. O pedido foi feito pelo deputado Eduardo Bandeira de Mello (PSB-RJ) aprovado no dia 4, na CPI.

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) investigou a manipulação de resultados do campeonato candango, após denúncias encaminhadas pelo presidente da Federação de Futebol do DF.  O órgão ouviu vários envolvidos. 

A denúncia, segundo o parlamentar, surgiu após investigação levantada pelo Jornal de Brasília e pelo site Distrito do Esporte que mostraram um dirigente local como responsável por coordenar o esquema, definindo quais jogos teriam resultados menos  comuns e, sucessivamente, mais bem pagos em casas de apostas.

“De acordo com relatos, caberia a esse dirigente convencer jogadores, e quando necessário, outros dirigentes, para entregar resultados”, disse Bandeira. O deputado destacou ainda que o escândalo envolve a compra de equipe local por empresa estrangeira, além de relatos sobre o funcionamento do esquema desde 2017.

Para Bandeira, é fundamental que a CPI obtenha informações sobre o andamento das investigações para saber se a quadrilha do DF é a mesma citada na Operação Penalidade Máxima, desvendada pelo Ministério Público de Goiás, ou se é outra organização criminosa também especializada em fraudar resultados de jogos de futebol. 

Denúncias no Rio de Janeiro:

A quarta divisão do Campeonato Carioca de 2020 também está sob suspeita. E o requerimento de Bandeira quer o acesso às informações da Delegacia de Defraudações da Polícia Civil e do Gaedest – Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor do Ministério Público do Rio- sobre  essa operação que foi chamada de “Gol Contra”.

Segundo o parlamentar, o Esporte Espetacular da TV Globo revelou o esquema, depois de uma apuração que durou três meses. “A reportagem obteve depoimentos de atletas, acesso a diálogos de envolvidos além de gravar a atuação dos suspeitos nas arquibancadas para mostrar como o grupo fraudava as partidas”, explicou Bandeira. 

De acordo com a matéria, pelo menos oito das 15 equipes que participaram do torneio são suspeitas. “Na série C, os suspeitos atuavam livremente nos estádios, assediando atletas. As investigações serão de importante valia para a CPI”, justificou o parlamentar.