O deputado federal Duarte Jr. (PSB-MA) apresentou Questão de Ordem durante a reunião da CPMI dos Atos Golpistas hoje, 22, para definir quem poderá dar voz de prisão aqueles que forem por flagrados prestando falso testemunho nas oitavas do colegiado.
Na reunião em que o ex-diretor da PRF Silvinei Vasques foi ouvido, governistas apontaram uma série de mentiras e contradições do depoente. Entre elas, os números de fiscalizações na região Nordeste, onde Lula havia vencido no primeiro turno das eleições e foram registradas mais reclamações de dificuldades para acessar zonas eleitorais por barreiras impostas pela PRF.
Para Duarte, configurou claro flagrante de falso testemunho de Vasques. No dia do depoimento, ele já havia cobrado do presidente Arthur Maia uma postura mais dura em relação ao comportamento da testemunha que, além de mentir, desrespeitou a relatoria Eliziane Gama, e tentou confundi-la.
“Acho importante aqui estabelecer um acordo de procedimento, apenas em nome do consenso e da boa condução dos trabalhos, para definir o responsável pela decretação de prisão em flagrante em caso de crime de falso testemunho praticado por depoente”, disse.
O parlamentar completou: “O que percebemos é que o depoente faltou com a verdade dezenas de vezes, então precisamos, e falo quanto ao método, para o bom andamento dos trabalhos e a para que a CPI não acabe em pizza”.
Governistas criticam a postura da extrema direita radical, que têm promovido um verdadeiro circo na CPMI, com gritos, vaias, xingamentos, tumultuando os trabalhos. “Mesmo aqueles que não são membros do colegiado vão às sessões para impedir que a investigação seja séria e revele a verdade por trás dos atos terroristas contra a democracia”, lamentou Duarte.
A base do governo Lula acredita que a extrema direita vai banalizar o instrumento da voz de prisão, numa tentativa de desmoralizar depoentes como o ministro da Justiça, Flávio Dino. Ao mesmo tempo, querem que Arthur Maia seja mais imparcial e se atente aos fatos, sendo ele o único detentor do poder de mandar prender quem for flagrado cometendo crime na CPMI.