Eduardo Campos vence polarização na Câmara e entra para o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria

Plenário aprovou o nome do líder socialista para o Panteão da Pátria, comprovando que 10 anos após sua morte, ele ainda é reconhecido como grande estadista pela esquerda e pela direita.

Em homenagem ao saudoso líder socialista, a Câmara aprovou, nesta quarta-feira (14), o Projeto de Lei nº 3148/24 do deputado Felipe Carreras (PSB-PE) que inscreve o nome de Eduardo Campos no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria. Pedro Campos (PSB-PE) foi relator da proposta e a bancada do PSB é coautora.

Carreras ressaltou a importância de reconhecer o legado de Eduardo, especialmente no contexto dos 10 anos de sua morte, ocorrida em 13 de agosto de 2014, em um trágico acidente aéreo durante a campanha presidencial. “Ele nos deixou de forma precoce, mas sua memória continua viva, guiando os passos de muitos que, como ele, acreditam em um Brasil mais justo e próspero. Inscrevê-lo no Livro dos Heróis da Pátria é uma forma de garantir que sua história seja contada para as futuras gerações”, disse o deputado.

O livro, formado por páginas de aço, fica no Panteão da Pátria, em Brasília, e é destinado a homenagear personalidades que tiveram um papel fundamental na defesa ou na construção do país. O deputado Pedro, filho do homenageado, foi relator da proposta no Plenário. “A inscrição do nome de Eduardo no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria simboliza o reconhecimento do seu heroísmo e dedicação excepcional ao Brasil”, reforçou.

O relator destacou ainda que o ex-presidente do PSB Nacional e ex-governador de Pernambuco foi uma figura central no cenário político nacional. “Ele se destacou como um articulador habilidoso, capaz de construir alianças e abrir novos caminhos para a política brasileira. Eduardo Campos deixou um legado de compromisso com o progresso, a justiça social e o desenvolvimento sustentável, inspirando futuras gerações de líderes a seguirem seus passos na construção de um Brasil melhor”, completou.

Trajetória

Eduardo começou sua vida pública em 1986, durante a campanha de Miguel Arraes, seu avô, eleito governador de Pernambuco naquele ano. Em 1990, entrou oficialmente na vida política ao ingressar no Partido Socialista Brasileiro (PSB), e foi eleito deputado estadual.

Além desse cargo, o ex-presidente Nacional do PSB foi deputado federal, governador de Pernambuco, ministro de Ciência e Tecnologia e se preparava para disputar a presidência da República.

Como governador, Eduardo deixou um legado de desenvolvimento e compromisso com a gestão pública, além do investimento em educação, uma de suas maiores bandeiras. No combate à violência, criou o Pacto pela Vida, um programa que reduziu os índices de homicídios em 39% no Estado. Sua sensibilidade com as questões sociais se manifestou no Programa Mãe Coruja Pernambucana, um programa que visava reduzir a mortalidade infantil e que foi reconhecido pela ONU por sua eficiência e inovação.

À frente do Ministério de Ciência e Tecnologia, o socialista contribuiu para o avanço da pesquisa e da inovação no Brasil. Sob sua gestão, foram criados importantes marcos regulatórios e programas que até hoje impulsionam o desenvolvimento científico do país.

No dia 10 de agosto Eduardo completaria 59 anos. Nesta mesma semana, dia 13 de agosto, completaram 10 anos de sua partida. Por coincidência do destino, o líder socialista faleceu na mesma data que seu avô, Miguel Arraes, o precursor de sua vida na política, uma das figuras mais importantes da história do PSB, e que faleceu em 2005.