Combater a maior pandemia da história? Não! O governo Bolsonaro prefere dinheiro destinado ao enfrentamento da crise sanitária com regalias como filé e picanha, que já não fazem parte do prato da maioria dos brasileiros. Auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) constatou que o Ministério da Defesa usou recurso destinado ao enfrentamento da Covid-19 para a compra de filé mignon e picanha.
Publicação da Folha de São Paulo desta segunda-feira (27), destaca o levantamento sigiloso da Secretaria de Controle Externo de Aquisições Logísticas (Selog) que mostra o uso de R$ 535 mil em itens considerados de luxo.
O socialista Elias Vaz (GO), atuante na fiscalização dos gastos públicos do Governo, classificou como absurda a nova denúncia. “O governo Bolsonaro tem usado dinheiro público para financiar os seus luxos enquanto os brasileiros batalham para fechar o mês. Vou continuar fiscalizando e denunciando esses gastos absurdos”, afirmou.
De acordo com o deputado Denis Bezerra (PSB-CE), esse é o retrato do Governo que não respeita o país e os brasileiros. “Uma verdadeira farra com dinheiro público. Não é de hoje que esta prática lamentável acontece no Governo Federal, que não prioriza os brasileiros.
No início de 2021 a bancada do PSB já protocolou representação contra absurdos como esses”, acrescentou.
O Brasil enfrenta uma grave crise econômica no governo Bolsonaro, com a inflação em 10,42%, a maior taxa desde 2015. Brasileiros estão fazendo filas para pegar ossos e pelancas nos supermercados, a carne é um artigo de alto luxo. Somado à crise econômica, o país enfrenta uma crise sanitária com a pandemia da Covid-19. Já são mais de 619 mil vidas perdidas pela doença e o presidente Bolsonaro segue negando a ciência e a eficácia das vacinas e defendendo tratamentos comprovadamente ineficazes. O uso de recursos de enfrentamento à pandemia para compra de filé mignon e picanha representa o total desprezo do governo Bolsonaro pelo país e pelos brasileiros.
Segundo a matéria publicada na Folha, os auditores do TCU esperavam que com o regime de teletrabalho imposto pela pandemia em 2020, os gastos seriam reduzidos, mas constataram exatamente o contrário no Ministério da Defesa, que aumentou seus gastos. A auditoria constatou ainda que a Defesa foi a que mais gastou recursos para a compra de itens considerados não essenciais, com destaque ainda para bacalhau, salmão, camarão e bebidas alcoólicas.
A publicação mostrou afirmação da Corte de que diante da realidade brasileira, “não parece razoável alocar os escassos recursos públicos na compra de itens não essenciais, especialmente durante a crise sanitária, econômica e social pela qual o país está passando, decorrente da pandemia”.