A Câmara dos Deputados instalou, nesta quarta-feira (17), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará os escândalos de manipulação de resultados no futebol brasileiro. O líder do PSB na Câmara, Felipe Carreras (PE), autor do requerimento de criação do grupo, será o relator e o deputado Eduardo Bandeira de Mello (PSB-RJ) será membro do colegiado.
Carreras apresentou a iniciativa logo após estourar o escândalo de manipulação de resultado na Série B do Campeonato Brasileiro, com suspeita de participação de jogadores, revelados na Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás (MP-GO). As denúncias já atingiram também a série A do Campeonato Brasileiro.
Para o relator, isso é um sinal de que o futebol brasileiro está adoecendo. A investigação é urgente. Quem é apaixonado por futebol quer respostas urgentes e punição a todos os envolvidos”, reforçou. Carreras acrescentou que a CPI produzirá resultados, apontando culpados para que crimes como esses não contaminem mais o esporte favorito do brasileiro, um dos maiores patrimônios culturais do País.
“Estamos vendo que talvez esse seja o maior escândalo do futebol brasileiro e coloca em xeque a credibilidade de uma paixão nacional que também é um instrumento importante de inclusão social”,disse. O líder do PSB defendeu ainda a criação, o mais rápido possível, da regulamentação das casas de apostas no Brasil. Para ele, é importante proteger a atividade econômica e conseguir arrecadar tributos para o esporte.
Bandeira de Mello disse que o objetivo é coibir e erradicar esse tipo de delito. Ex-presidente do Flamengo, o deputado reforça que o futebol é o principal ponto de contato de grande parte da população com a realidade e deve ser levado a sério.
“Devem ser convocados no colegiado não só atletas envolvidos, mas dirigentes e pessoas cuja participação apareça nas investigações. O objetivo é construtivo, é garantir a lisura dos nossos campeonatos e competições”, afirmou Bandeira.
O deputado Júlio Arcoverde (PP-PI) foi eleito presidente da CPI, André Figueiredo (PDT-CE) 1º vice-presidente, Daniel Agrobom (PL-GO) 2º vice-presidente e Ricardo Silva (PSD-SP). A Comissão será composta por 34 titulares e 34 suplentes.