O ministro da Economia, Paulo Guedes, terá que comparecer à Câmara dos Deputados para explicar movimentações financeiras em paraísos fiscais por meio de offshores. O Plenário aprovou, por 310 votos a favor e 142 contra, requerimento apresentado pelos líderes do PSB, Danilo Cabral; da Minoria, Marcelo Freixo; da Oposição, Alessandro Molon, juntamente com outras lideranças de partidos de Oposição.
“Há conflito de interesses entre o papel que exerce o ministro da Economia, Paulo Guedes, na condição de responsável pela condução da política econômica e como investidor”, avaliou o líder Danilo Cabral. Ao manter seus recursos no exterior em moeda americana, Guedes flagrantemente se beneficiou da desvalorização da moeda brasileira. O parlamentar citou dados que apontam que, apenas na gestão de Guedes, o dólar aumentou 40%. Isto fez com que as suas contas no exterior rendessem R$ 14 milhões. “Em um único dia, as contas do ministro Paulo Guedes tiveram lucro de R$ 800 mil. Ele, de forma leviana, está ganhando dinheiro nas contas de offshore”, denunciou.
ORIGEM DA DENÚNCIA – A notícia sobre a offshore de Guedes foi publicada pelos sites da revista Piauí e Poder360, que integram um consórcio internacional de jornalistas investigativos, grupo que teve acesso a documentos sobre offshores em paraísos fiscais, batizados como Pandora Pappers. Os mesmos documentos apontaram ainda a existência de empresa no exterior em nome do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Segundo o deputado Alessandro Molon, “o ministro transgrediu uma regra clara e explícita que proíbe a conduta que ele adotou. Queremos saber porque ele mantém os seus recursos pessoais em dólares enquanto a economia do país afunda. O dinheiro do ministro está protegido no exterior da sua própria gestão desastrosa”.