Sessão Solene: Jonas Donizette faz homenagem ao cirurgião plástico Ivo Pitanguy

A Câmara fez, nesta segunda-feira (11), uma homenagem ao centenário do cirurgião plástico Ivo Pitanguy, a pedido do deputado Jonas Donizette (PSB-SP). O parlamentar destacou o papel central do médico no desenvolvimento da cirurgia plástica no Brasil e no mundo.

“Sua paixão pelo saber, a generosidade com que transmitia esse saber às novas gerações, a dedicação e a excelência com que praticava o seu ofício foram a marca de uma existência rica de sentido e dos mais elevados propósitos humanistas”, afirmou Donizette.

O deputado acrescentou que é comum associar a cirurgia plástica com a busca da beleza e com o desejo de perseguir um ideal da eterna juventude, mas seu papel vai muito além disso. “Na verdade, essa especialidade nasceu com o propósito de restaurar a funcionalidade de órgãos, e de membros, nos casos de malformações e de reparar os danos causados por extensas queimaduras”, explicou.

Além de sua atuação nas cirurgias plásticas, Pitanguy criou o Serviço de Queimados do Hospital Pronto Socorro e foi chefe do serviço de cirurgia da Santa Casa. “Com a sua experiência e dedicação tornou o local o primeiro capacitado a realizar cirurgia de mão em toda a América Latina”, contou o socialista.

Donizette lembrou ainda que o conhecimento e a maturidade de Ivo Pitanguy permitiram-lhe levar a experiência adquirida para todo Brasil e para várias partes do mundo através de mais de 1500 conferências, demonstrações cirúrgicas em encontros, seminários, simpósios e congressos internacionais.

Serviço social:

Em 1963, o médico inaugurou a Clínica Ivo Pitanguy e a integrou com a 38ª Enfermaria da Santa Casa. A clínica se tornou o centro de referência mundial e internacional da especialidade e a enfermaria atende até hoje a população menos favorecida, mostrando o olhar do cirurgião sobre a importância social da cirurgia plástica.

Neto do saudoso médico, Antônio Paulo Pitanguy relembrou a famosa frase do avô: o cirurgião plástico é o psicólogo com o bisturi na mão. “Ele buscou conhecimento incessantemente, abriu caminhos para o que conhecemos hoje em sua área e ultrapassou fronteiras. O seu objetivo era transformar vidas por meio da medicina”, disse Antônio, que seguiu os passos do avô e se tornou cirurgião plástico.

Incêndio em Niterói:

A ação rápida de Ivo Pitanguy no incêndio do Gran Circo Norte-Americano, há 62 anos, em Niterói, foi destaque na fala de todos os presentes na solenidade. O maior incêndio já registrado no Brasil deixou 503 mortos, entre eles, 300 crianças.

A tragédia poderia ter sido maior, não fosse a ajuda do cirurgião que, junto com colegas de profissão, prontamente foi para o local atender os sobreviventes. “Essa tragédia e a atuação heroica do ilustre cirurgião e de sua equipe contribuíram para evidenciar a importância médica, e social, da especialidade”, afirmou Donizette.

Trajetória:

Ivo Pitanguy foi um renomado cirurgião plástico brasileiro nascido em 5 de julho de 1923, em Belo Horizonte, e faleceu em 6 de agosto de 2016. Ele é considerado um dos pioneiros e líderes no campo da cirurgia plástica no Brasil e internacionalmente.

Pitanguy formou-se em Medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1946 e, posteriormente, especializou-se em cirurgia plástica no exterior, após ganhar uma bolsa de estudos bastante concorrida à época. Ele estudou com alguns dos maiores nomes da cirurgia plástica na Europa e nos Estados Unidos, aprimorando suas habilidades e conhecimentos.

Em 1961, Ivo Pitanguy fundou a Clínica Ivo Pitanguy no Rio de Janeiro, onde se tornou conhecido por seus procedimentos estéticos, reconstrutivos e reparadores. O médico se destacou por seu trabalho humanitário, oferecendo cirurgias plásticas gratuitas para pacientes com deformidades faciais e corporais.

Pitanguy também desempenhou um papel significativo na disseminação do conhecimento sobre cirurgia plástica no Brasil, sendo um educador dedicado.

Além de suas realizações na área médica, Ivo Pitanguy recebeu diversos prêmios e honrarias ao longo de sua carreira, tornando-se uma figura icônica na história da cirurgia plástica no Brasil.

Ele foi agraciado com o Prêmio Cultura pela Paz pelo Papa João Paulo II, e pela Unesco, com o Prêmio pela Divulgação Internacional da Pesquisa Médica. Recebeu o título de doutor honoris causa de diversas universidades estrangeiras e era membro de prestigiosas entidades acadêmicas e culturais.