A pedido de Bira, ministro da Saúde terá que explicar denúncias sobre favorecimento de seu filho no ministério

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, terá que esclarecer à Comissão de Trabalho sobre a denúncia de que seu filho, Antônio Cristóvão Neto, estaria intermediando a liberação de recursos públicos do Ministério da Saúde (MS) e do Fundo Nacional de Saúde com prefeitos da Paraíba, estado em que será candidato a deputado federal. O pedido para a audiência pública foi solicitado pelo líder do PSB na Câmara, Bira do Pindaré (MA), e aprovado pelo colegiado nesta terça-feira (28).

Segundo a publicação, o filho de Queiroga, conhecido como Queiroguinha, disponibiliza a a agenda do pai em troca de apoio à sua candidatura. Relatos de prefeitos indicam que as reuniões promovidas pelo filho do ministro costumam resultar em cadastro imediato das demandas nos sistemas do MS. Além disso, Queiroguinha representou a pasta em cerimônias para anunciar a liberação de recursos públicos, em substituição ao ministro, inclusive com direito a discurso.

“Ao que se verifica, mesmo não investido em cargo público, o filho do Ministro da Saúde está exercendo atribuições que legalmente são acometidas a servidores públicos, interferindo diretamente na gestão do interesse público”, alertou Bira. O parlamentar afirmou que o modus operandi se assemelha ao caso dos pastores do Ministério da Educação. “Os fatos narrados revelam o patrimonialismo ainda presente nas práticas administrativas do Governo Federal, que estão em desacordo com a Constituição”, acrescentou.

Para Bira, o ministro precisa esclarecer à Comissão de Trabalho de que forma o Ministério da Saúde tem atuado para assegurar o cumprimento dos princípios da administração pública, “notadamente os princípios da moralidade, da impessoalidade, da legalidade e da eficiência”.