A Subcomissão Especial de Modernização do Futebol promoveu, nesta terça-feira (14), audiência pública para debater a situação dos Clubes Formadores de Futebol no Brasil. Presidente da Frente Parlamentar de Modernização do Futebol, o deputado Eduardo Bandeira de Mello (PSB-RJ) sugeriu o debate.
De acordo com o parlamentar, os clubes formadores desempenham um papel fundamental no futebol brasileiro. “Eles são responsáveis por identificar, treinar e desenvolver jovens talentos, preparando-os para atuar profissionalmente. Esses clubes investem em infraestrutura, técnicos qualificados e programas de base para proporcionar uma formação completa aos jogadores”, explicou Bandeira.
Além disso, segundo o socialista, os clubes formadores contribuem para o fortalecimento do futebol nacional, alimentando as equipes profissionais com jogadores de qualidade e revelando novos talentos para o cenário nacional e internacional.
Os clubes formadores atuam na identificação e preparação de jovens talentos no futebol. Para isso, precisam cumprir uma série de regras impostas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) como apresentar programas de treinamento, proporcionar assistência educacional e médica aos atletas e possuir instalações condizentes. Em troca, recebem uma participação nos futuros contratos dos atletas.
Legislação:
O debate contou com representantes do setor que concordaram ser necessária uma lei específica para regulamentação do futebol brasileiro. A CEO da Universidade do Futebol, Heloísa Rios, sugeriu a criação de um grupo de especialistas interdisciplinares para rever o que pode ser aprimorado em termos de legislação e criação de novas regras que forem necessárias. Ela defende a criação de um plano nacional de desenvolvimento do futebol brasileiro.
“Esse plano precisa ser exequível para o crescimento sustentável, inclusivo e pautado na ética para que o Brasil possa voltar a ser o país do futebol com toda sua potência. Para um futebol forte é essencial uma base forte” defendeu Rios.
Bandeira de Mello concordou com a iniciativa e reforçou a importância do poder público debater o tema dos clubes formadores no futebol brasileiro para a criação de políticas e programas que incentivem o desenvolvimento do futebol de base e apoiem os clubes. “Podemos contribuir para promover a transparência e a integridade no processo de formação de novos atletas”, acrescentou o deputado.
Futebol como inclusão social:
O diretor de Registro, Transferência e Licenciamento de Clubes da CBF, Ênio Gualberto, apresentou números que mostram que hoje existem 778 clubes profissionais em atividade, mas apenas 56 são formadores certificados pela CBF. Para o vice-presidente da Federação Paulista de Futebol, Mauro Silva, esse número mostra o grande desafio do setor para desenvolver novos clubes formadores. “Temos que pensar em como usar o futebol como ferramenta de inclusão social”, acrescentou Silva.
A necessidade de integrar a formação de atletas a políticas sociais foi o ponto destacado pelo secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor do Ministério do Esporte, Athirson Mazolli, ex-jogador do Flamengo (RJ), que defendeu o olhar atento aos talentos que estão nas comunidades. Para o deputado Bandeira, é essencial que o desenvolvimento do futebol e o acesso à educação caminhem juntos no país.
Com informações da Agência Câmara