Bira cobra parlamentares sobre denúncia de offshores de ministro da Economia e presidente do Bacen em paraíso fiscal

O deputado Bira do Pindaré (PSB-MA) alertou em Plenário, nesta terça-feira (5), de que é preciso tomar uma atitude diante da notícia de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, têm contas em offshore em paraíso fiscal. O socialista considera a denúncia gravíssima e pede a saída de ambos dos cargos no governo federal.
“Enquanto eles mantêm dinheiro no paraíso fiscal, o povo brasileiro vive o verdadeiro inferno na economia. É o inferno da fome, do desemprego, da inflação. A situação do governo já é insustentável e essa denúncia só agrava a situação e mostra a corrupção, o desvio de finalidade e a prática incompatível com o cargo que exercem” acrescentou Bira.
Para o parlamentar, agora fica explicado o porquê de Paulo Guedes dizer que o dólar alto é bom para o Brasil e a manutenção de uma política de dolarização da economia brasileira. “Ele é o principal beneficiário desse esquema. Guedes é banqueiro e cuida de seus próprios interesses, enriquecendo às custas da pobreza do povo. E ainda quer fazer a Reforma Administrativa, colocar granada no bolso do servidor. Ele diz que servidor é parasita, mas ele sim é o verdadeiro parasita e tem que sair do cargo porque isso que foi revelado é uma vergonha, imoralidade e ilegalidade”, complementou.
Denúncia – A revista Piauí publicou matéria que revela uma offshore milionária em nome de Paulo Guedes em paraíso fiscal, nas Ilhas Virgens Britânicas. A notícia mostra que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, manteve uma offshore milionária em paraíso fiscal já como presidente do Bacen.
De acordo com o Código de Conduta da Alta Administração Federal, funcionários do alto escalão são proibidos de manter aplicações financeiras, no Brasil e no exterior, que possam ser afetadas por política governamentais. É previsto no código que dez dias antes de assumirem os cargos eles devem declarar os investimentos à Comissão de Ética Pública. De acordo com a reportagem, Campos Neto falou sobre os investimentos em sabatina no Senado e fechou a offshore no dia 12 de agosto de 2020, 602 dias após assumir a presidência do Bacen. Guedes disse que informou à Comissão de Ética no período determinado e que o caso foi julgado e arquivado pelo colegiado. Procurada pela revista Piauí, a Comissão alegou sigilo nas informações.