O deputado Camilo Capiberibe (PSB-AP) questionou as Forças Armadas sobre as operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na Amazônia. A Comissão de Relações Exteriores fez audiência pública nesta quarta-feira (27) para discutir a implementação da Política Nacional de Defesa (PND) e da Estratégia Nacional de Defesa (END).
Ele lembrou que foram investidos R$ 550 milhões nessa operação, mas os resultados da GLO foram pífios. Esse tipo de ação acontece exclusivamente por ordem do presidente da República em situações de esgotamento das forças tradicionais de segurança. No caso da Amazônia, o serviço foi autorizado para reprimir os delitos ambientais na região. “Nós tivemos aumento de queimadas, do desmatamento e a redução da aplicação de multas e o desmonte das instituições que têm a capacidade de atuação”, disse.
Para Camilo, colocar as Forças Armadas para cuidar da Amazônia fere a soberania nacional, pois enfraquece os órgãos ambientais responsáveis por essa gestão. “O governo brasileiro demonstra muita incompetência para fazer a gestão desse patrimônio ambiental riquíssimo”, salientou.
Representante do Amapá, o socialista contou que o Estado é o mais preservado do Brasil. Com esse exemplo, ele disse acreditar que é possível compatibilizar o desenvolvimento com a preservação do patrimônio e gerar riqueza para o povo da Amazônia. “O governo fracassou com sua GLO na Amazônia e levou a soberania do nosso país a ser questionada”, criticou.
Protesto – O deputado também criticou a Câmara por enviar mais deputados da bancada ruralista, em vez de ambientalistas, para a COP 26. “Isso parece uma colaboração da Câmara dos Deputados para enfraquecer um debate plural sobre a realidade da questão ambiental no Brasil.”