As Frentes Parlamentares Ambientalista e Mista em Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas na Câmara afirmam que redes criminosas desmatam a Amazônia, além de serem responsáveis por incendiarem grandes áreas. A denúncia está no relatório “O Ar é Insuportável: os impactos das queimadas na saúde” apresentado nesta quarta-feira (21).
Produzido em parceria pela Human Rigths Watch, pelo Instituto de Pesquisa Ambiental (IPAM) e pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), o documento tem a adesão de diversos parlamentares integrantes da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (RAPS), entre eles o líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon (RJ), e o coordenador da Frente Ambientalista, Rodrigo Agostinho (PSB-SP). Os parlamentares incluíram na apresentação o estudo “Ações imediatas para redução do desmatamento”. Criado pela Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura, o documento, apresentado ao governo federal, lista propostas para redução imediata do desmatamento.
Agostinho, inclusive, demonstrou toda sua preocupação com a poluição do ar, ainda mais após as recentes queimadas em diversos biomas brasileiros. “É assustadora a quantidade de pessoas que morrem nas nossas cidades por conta da poluição do ar. E com essa questão das queimadas tudo isso se agravou muito”, disse.
De acordo com o socialista, o relatório mostra números assustadores, principalmente com as pessoas mais sensíveis, os idosos e outras pessoas com problemas respiratórios que sofrem com os efeitos das queimadas.
A diretora-adjunta da Human Rights, Anna Lívia Arida, disse que a Amazônia não vive só uma crise ambiental, mas também uma crise de direitos humanos. “É uma crise que afeta a vida e a segurança das pessoas que moram lá e que protegem a floresta, sejam eles agentes públicos, povos indígenas, moradores da região, grupos mais vulneráveis e que também tem tido consequências muito sérias para a saúde de milhões de brasileiros que estão respirando esse ar tóxico”, disse.
Para a deputada Joenia Wapichana (Rede-RR), só será possível fazer um mundo melhor se todos trabalharem juntos, com responsabilidade, compromisso, planejamento e envolvimento. Nesse sentido, ela também destacou a importância da discussão sobre a qualidade do ar. “O impacto das queimadas é muito grave. Não só afeta os povos indígenas que estão mais próximos das áreas atingidas, mas também quem está fora da Amazônia, em São Paulo e no Rio de Janeiro, por exemplo.”
Rodrigo Agostinho também prestou sua solidariedade aos povos indígenas, que tanto sofrem com o desmatamento. Ele lembrou que o Supremo Tribunal Federal pode decidir nos próximos dias sobre o marco temporal dos povos indígenas, o que ele classifica como uma das maiores guerras já enfrentadas por eles e pelos defensores dos povos tradicionais. “Essa é uma luta de todos nós”, afirmou.