O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, compareceu à Câmara, nesta terça-feira (21), para esclarecer sobre os aumentos consecutivos dos combustíveis e o plano de privatização da Petrobras. A audiência pública foi realizada conjuntamente pelas comissões de Fiscalização Financeira e Controle; Finanças e Tributação; Viação e Transporte; e de Minas e Energia.
Autor do requerimento que solicitou a presença do ministro, o deputado Elias Vaz (PSB-GO) questionou o porquê do Governo não editar uma medida provisória para alterar a política de preços da Petrobras, que leva em conta a cotação do barril de petróleo e do dólar, e a gestão da empresa.
O parlamentar criticou as tentativas de Bolsonaro ao dizer que não tem responsabilidade sobre a alta de preços. “É difícil acreditar que o presidente não tenha responsabilidade e coloque a culpa na gestão que ele mesmo escolheu. O Governo ainda defende uma CPI para investigar o próprio Governo. Para mim o que eles querem é aprofundar o discurso de privatização da Petrobras, agindo com total incompetência e má fé”, lamentou Elias.
Para o deputado, a Petrobras já age como uma empresa privada que só visa o lucro dos acionistas, a maioria estrangeiros, e esquece do seu caráter social. “Se privatizar será ainda pior. A estatal é patrimônio do povo brasileiro e o Governo não cria mecanismos concretos para linkar os interesses da empresa com os interesses da população. O resultado dessa política é o aumento dos combustíveis que resulta no aumento do preço de tudo e que prejudica o povo”, argumentou.
Assim que tomou posse, em maio deste ano, Sachsida entregou ao ministro da Economia, Paulo Guedes, um pedido de estudo sobre a privatização da Petrobras e da Pré-Sal Petróleo S.A. “O novo Ministro afirmou ter 100% do apoio do presidente Bolsonaro para iniciar esse processo. O povo já está sofrendo demais com o aumento do preço dos combustíveis e privatizar a Petrobras vai piorar a situação”, acrescentou Elias.
Sachsida afirmou que o Governo não pode interferir no preço do combustível e que isso cabe ao presidente da Petrobras, seu conselho e seus diretores. Nessa semana, o Governo anunciou a terceira troca na presidência da empresa, com a saída de José Mauro Coelho. O ministro da Justiça afirmou que não há influência do governo nas decisões, que ele apenas indica o presidente e alguns membros do conselho de administração.