A pedido do deputado Elias Vaz (PSB-GO), a Comissão de Minas e Energia debateu, nesta quinta-feira (9), sobre a possível venda da distribuidora de energia Enel de Goiás. De acordo com o parlamentar, a companhia é avaliada em R$ 10 bilhões, um valor quase cinco vezes maior do que o preço pago pela Celg-D em 2016.
Elias explicou que, desde que assumiu as operações de distribuição no Estado de Goiás em 2017, a Enel não conseguiu prestar um bom serviço para a população. “Mesmo depois do acordo firmado com o Governo Federal e estadual, além do acompanhamento por parte da Aneel, a empresa italiana corre o risco de perder a concessão por descumprimento consecutivo dos planos de trabalho”, disse.
Dentre os vários problemas enfrentados pela empresa, ele citou como principal o tempo em que os consumidores ficaram no escuro, que não estão de acordo com as metas estabelecidas como razoáveis. Em 2021, por exemplo, os goianos ficaram no escuro, em média, 18,75 horas. O limite estabelecido pela Aneel é de 12,58 horas.
Segundo o socialista, a Enel Distribuição Goiás é classificada entre as piores concessionárias do País. Ranking elaborado e divulgado pela Aneel mostra que a empresa teve o terceiro pior desempenho entre 29 companhias de grande porte avaliadas em 2021. “A agência reguladora precisa esclarecer a real situação dessa concessão. Medidas precisam ser tomadas para resolver esse problema na prestação de serviços.”
Para o deputado, causa estranheza a eventual venda da empresa pelo valor de R$ 10 bilhões, quando na época da privatização o valor foi de R$ 2 bilhões. “A privatização mais uma vez demonstra um prejuízo enorme para a população. Não faz sentido isso. Ou a empresa hoje está com um valor muito exagerado, ou ela foi adquirida por um preço muito abaixo do real”, alertou.
Elias também criticou a empresa por ser alvo de reclamações em grande parte do tempo. Uma dessas críticas é de investidores de energia fotovoltaica, que reclamam por causa da demora de ligação da energia com o sistema. “Toda hora é uma reclamação, temos matérias negativas. Isso é muito ruim, porque acaba não só atrapalhando o usuário de uma forma geral, mas também compromete o desenvolvimento econômico do Estado.”