Elias Vaz questiona ministro general Ramos sobre sua relação com o presidente do PTB, Roberto Jefferson

A relação do ministro general Luiz Eduardo Ramos com o presidente do PTB, Roberto Jefferson, foi questionada pelo deputado Elias Vaz (PSB-GO), durante audiência pública realizada na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, nesta quarta-feira (18). Ramos, agora ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, publicou fotos com o político carioca nas redes sociais chamando o político de “mais um soldado na luta pela liberdade do povo.” Roberto Jefferson foi preso na última semana por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no inquérito que investiga as milícias digitais.
O presidente do PTB publicou em suas redes diversos ataques e ameaças ao STF e defende com frequência o fechamento do Tribunal, o fechamento de redes de comunicação e o armamento da população para defender as ideias do governo Bolsonaro. Elias Vaz perguntou ao ministro se ele concorda com os posicionamentos do aliado. “O senhor, como ministro de Estado, tem que ter seu posicionamento muito claro. O senhor é a favor do fechamento do STF? Das redes de comunicação? O senhor é a favor de armar a população para defender suas ideias?”, questionou o deputado.
O ministro disse que é sua obrigação receber todos os que solicitam audiência com ele, como foi o caso da foto com o Roberto Jefferson. “Foi uma visita de cortesia. Não concordo com todos os posicionamentos dele nas redes, mas respeito a liberdade de expressão dele.”
General Ramos esteve no colegiado a pedido do deputado Elias Vaz, autor do requerimento aprovado para que o ministro explicasse sobre a reunião do governo, solicitada por ele, para discutir a situação dos madeireiros investigados pela Operação Handroanthus, da Polícia Federal.
De acordo com Elias, o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, delegado Alexandre Saraiva, foi afastado do cargo após apresentar notícia-crime ao STF contra o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Para o socialista, ao que tudo indica, o delegado foi punido por denunciar a realidade. “Em inquérito aberto no STF, Salles afirmou que o general Ramos pediu a reunião para tratar do tema, após a bem-sucedida operação que resultou na maior apreensão da história, com mais de 200 mil metros cúbicos de madeira apreendida, avaliado em R$ 130 milhões. Temos que saber o que realmente aconteceu”, disse.
Na audiência, o ministro afirmou que não sabia que os madeireiros estavam sendo investigados e fez acusações ao delegado Saraiva dizendo que ele agiu por perseguição. Para Elias, se tornou imperativo convidar o delegado para discutir os fatos na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle. “O que foi afirmado aqui no colegiado não é o que apareceu na imprensa. O que sabemos é que a Amazônia sofre diversos crimes ambientais no atual governo. O ex-ministro Sales teve total falta de compromisso com a questão ambiental e está sendo investigado por isso. É preciso ouvir o delegado e aprofundar o caso”, sugeriu o socialista.