Após denúncias feitas pelo deputado federal Elias Vaz (PSB-GO), de que poderia haver fraude em licitações de alimentos para as Forças Armadas, o Ministério Público Militar (MPM) deu prosseguimento à ação. O órgão encaminhou os dados à Procuradoria de Justiça Militar do Rio, onde foram descobertas as irregularidades.
De acordo com o parlamentar, esse esquema encheu o bolso de militares. “O Ministério Público Militar reconheceu a denúncia e instalou um inquérito investigativo. O dinheiro público deve ser usado em benefício da população e não para enriquecer grupos”, disse.
Segundo o documento, as supostas fraudes privilegiam um grupo de empresas ligadas a militares e ex-militares do Exército e da Marinha. O levantamento aponta que esse grupo já venceu mais de R$ 154 milhões em processos de compra apenas em 2020 e no primeiro semestre de 2021.
Ainda em maio de 2021 o deputado Elias Vaz questionou o ministro da Defesa, Braga Netto, sobre os indícios de superfaturamento na compra de alimentos feita pelas Forças Armadas. “Gostaria de entender como, em um momento de pandemia, as Forças Armadas estão gastando tanto dinheiro com esse tipo de alimento, que são caros e a maioria do povo brasileiro não tem acesso. Estamos falando de 262 mil quilos de filé, 150 mil quilos de lombo de bacalhau, 714 mil quilos de picanha”, disse na ocasião.
Elias e os socialistas Alessandro Molon (RJ), Lídice da Mata (BA), Aliel Machado (PR), Bira do Pindaré (MA), Camilo Capiberibe (AP), Denis Bezerra (CE), Gervásio Maia (PB), Marcelo Nilo (BA) e Vilson da Fetaemg (MG) já tinham feito uma denúncia ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Tribunal de Contas da União (TCU) de outras compras irregulares feitas pelas Forças Armadas. O MPF distribuiu a representação aos estados, onde foram instalados mais de 20 processos de investigação. O TCU recomendou a fiscalização das compras.