O deputado Pedro Campos (PSB-PE) criticou o pedido de vista feito pelo partido Novo ao relatório que mantém a prisão do deputado Chiquinho Brazão, suspeito de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes. O pedido está sendo analisado na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e, com o pedido de vistas, adia a votação em Plenário.
“Isso não é um pedido de vista, mas um pedido de lavar as mãos. Faltou coragem, faltou decisão, faltou posição e infelizmente todos nós aqui nesta comissão ficamos reféns desse pedido de vista que foi colocado”, afirmou Pedro. O socialista defendeu que os parlamentares da Câmara levem a questão para o presidente Arthur Lira para pedir que a matéria vá direto para o Plenário.
Chiquinho Brazão foi preso em operação da Polícia Federal, no domingo (24), após homologação da delação premiada de Ronnie Lessa, policial militar acusado de matar Marielle e Anderson. Além dele, também foram presos o irmão de Chiquinho, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, responsável pelas investigações à época.
Crime hediondo
As prisões preventivas foram determinadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Na segunda-feira (25), os 11 ministros da Suprema Corte seguiram o entendimento de Moraes sobre a prisão do parlamentar. Segundo relatório da Polícia Federal, o crime teria sido idealizado pelos irmãos Brazão e meticulosamente planejado por Rivaldo Barbosa.
A Constituição Federal determina que, por ser parlamentar, Chiquinho Brazão tem o mandato inviolável civil e penalmente — exceto nos casos de prisão em flagrante por crime inafiançável. Por isso, cabe à Câmara analisar a decisão do STF.
Para Pedro Campos, a decisão de adiar a discussão não é o que o povo brasileiro espera. “Coloco aqui minha indignação e também a nossa luta para que a justiça seja feita e que aqueles que foram culpados da morte da vereadora Marielle sejam punidos na forma da lei”, acrescentou.