Seminário: Lucas Ramos coordena debate sobre o papel do BNDES na neoindustrialização e Bandeira de Mello defende protagonismo da instituição

A neoindustrialização e o papel do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi tema do segundo painel promovido pelo I Seminário Nacional de Política Industrial, nesta terça-feira (17). Moderado pelo deputado Lucas Ramos (PSB-PE), o debate contou com a participação do deputado Eduardo Bandeira de Mello (PSB-RJ), servidor por 30 anos do banco, com atuação na gestão financeira e projetos em defesa do meio ambiente.

De acordo com Lucas, esse debate é enriquecedor tendo em vista as políticas públicas de fomento e financiamento que hoje estão em vigor no Brasil e os desafios que ainda estão por vir. “É importante a contribuição do Congresso Nacional na construção dessas ações de desenvolvimento que serão fundamentais para a construção de um futuro melhor para todos”, afirmou o parlamentar.

Para Bandeira de Mello, o BNDES tem papel central na rota da neoindustrialização do País. Ele reforça que o termo não é simplesmente a reindustrialização, mas sim um novo componente qualitativo. “Estamos falando de sustentabilidade, desenvolvimento regional, justiça social e responsabilidade ambiental e é exatamente aí que está o papel do banco de desenvolvimento”, explicou o deputado.

Inovação e economia verde

O desafio histórico com a crise climática que o Brasil enfrenta também é um ponto a ser levado em consideração nesse contexto, segundo Bandeira. “Estamos extremamente atrasados no enfrentamento dessa crise e a adaptação que precisamos ter para enfrentá-la passa pela renovação da nossa infraestrutura e da nossa indústria, levando em consideração o novo momento, como a orientação de baixo carbono. São desafios que só podem ser vencidos por meio de instrumentos como os bancos de desenvolvimento, principalmente o BNDES”, acrescentou.

O socialista defendeu ainda que a neoindustrialização leve em consideração todas as nossas potencialidades como energia renovável, eólica e solar. A secretária Executiva do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial, Verena Barros, afirmou que esse é um importante momento de diálogo sobre a necessidade da retomada de uma política de desenvolvimento industrial. “Esse novo olhar é de transversalidade e constatação de que não tem indústria sem inovação. E o BNDES tem cumprido papel fundamental nesse processo”, disse.

O diretor de Desenvolvimento Produtivo, Comércio Exterior e Inovação do BNDES, José Gordon, afirmou que o País vive um momento ímpar onde a inovação e a agenda verde são prioridades e garantiu que o BNDES está totalmente conectado a isso. Ele disse que nos últimos anos o Brasil deixou de apoiar o setor industrial, mas que isso será revertido nessa nova gestão. “Só na soma de recursos alocados para política de inovação até agora já somam R$ 60 bilhões de reais. O Governo lançou a maior política industrial focada em inovação da história do Brasil. E o BNDES vai impulsionar a agenda verde onde o Brasil tem capacidade de ser líder mundial”, acrescentou Gordon.

Lucas Ramos destacou os importantes programas do BNDES que geraram profunda transformação industrial na indústria brasileira e reforçou a necessidade do olhar atento para a transição energética.

Debates

Mais cedo, o evento debateu a política industrial e a atuação dos bancos de desenvolvimento no contexto internacional, com a participação do secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do MDIC, Rodrigo Rollemberg.

À tarde, foi discutido o fomento à inovação no setor industrial, que contou com a presença do ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França. O último painel tratou das experiências setoriais: oportunidades e desafios e foi moderado pelo deputado Heitor Schuch (PSB-RS), idealizador do seminário e presidente da Comissão de Indústria, Comércio e Serviços.