Deputados socialistas repudiaram o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, pelas suas ameaças à democracia. De acordo reportagem do jornal O Estado de São Paulo, ele teria enviado um recado ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, condicionado as eleições de 2022 à aprovação do voto impresso. Os dois negam a ameaça.
O líder da Oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), se manifestou pelo Twitter e disse que é extremamente grave a denúncia de que o ministro da Defesa teria ameaçado o Congresso Nacional. “Não cabe ao ministro da Defesa querer impor ao Parlamento o que deve aprovar, nem estabelecer condições para que as eleições aconteçam. Vou propor que a Câmara convoque o ministro em Comissão Geral para esclarecer os fatos.”
Para o deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ), os Poderes Legislativo e Judiciário não podem admitir essa nova ameaça. De acordo com ele, as Forças Armadas não são o poder moderador da República nem têm autoridade para interferir nas eleições de 2022. “Os atos de Braga Netto são ilegais e rebaixam as Forças Armadas. Elas deveriam servir ao Estado brasileiro, como manda a Constituição, não a um governo enfraquecido e desesperado que as utiliza como arma para ameaçar a democracia e tentar demonstrar uma força que não tem.”
Camilo Capiberibe também manifestou sua indignação pelas redes sociais. “As ameaças combinadas de Braga Netto e Bolsonaro são arroubos autoritários e configuram crime de responsabilidade do presidente. O Brasil e a democracia são maiores que eles e seus inconsequentes seguidores e não podemos viver sobressaltos por tiranetes.”