O PSB foi um dos signatários do super pedido de impeachment contra o presidente Bolsonaro protocolado nesta quarta-feira (30), na Câmara dos Deputados. No Salão Negro da Câmara, parlamentares de diferentes campos políticos e ideológicos, entidades representativas da sociedade civil, juristas, intelectuais, cientistas e personalidades realizaram ato para apresentar o chamado super pedido de impeachment para que sejam investigadas 23 hipóteses de crime de responsabilidade previstos em lei praticados pelo presidente Bolsonaro. A peça jurídica foi elaborada pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD).
Líder do PSB na Câmara, o deputado Danilo Cabral (PE) afirmou que o Congresso precisa investigar as graves denúncias apuradas pela CPI da Covid no Senado, com indícios de práticas de corrupção na aquisição de vacinas contra a Covid-19 para a população brasileira. “Estamos nos unindo com forças políticas de diversas correntes ideológicas para que o presidente da Câmara, Artur Lira, abra o procedimento de investigação do presidente pelos indícios de crime de responsabilidade praticados por ele no enfrentamento à pandemia. É inadmissível que o governo, além de não tomar medidas necessárias, do ponto de vista sanitário, para combater a pandemia ainda se aproveite do momento para desviar recursos públicos. Exigimos a investigação do presidente Bolsonaro”, argumentou.
O líder da Oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) explicou que a peça jurídica é um super pedido de impeachment porque unifica os 124 pedidos de impedimento do presidente que já estão na Casa, unifica os 23 diferentes tipos de crime penais praticados pelo presidente da República e reúne dezenas de entidades e organizações da sociedade e representantes das mais diversas correntes política e ideológicas. “Centro, esquerda, direita, estamos todos unidos porque o país não suporta mais ter um presidente que comete crimes reiteradamente e o Congresso precisa fazer o que lhe cabe, aplicar a Constituição e afastar o presidente,” disse.
O socialista disse, ainda, que a última denúncia contra o governo traz mais força ao pedido de impeachment. “Seja pelo crime de prevaricação, por não ter comunicado para a Polícia Federal a informação de que as compra de vacinas poderiam estar sendo superfaturadas e ainda há indícios de ter comunicado a denúncia aos denunciados. E, ainda mais grave, estamos falando de um governo que vende a vida dos brasileiros por US$ 1 dólar. Impeachment já! Fora Bolsonaro!”
Na última semana o servidor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Ricardo Miranda e o seu irmão, o deputado Luís Miranda (DEM-DF) prestaram depoimento na CPI da Covid. O deputado afirmou que comunicou ao presidente Bolsonaro, em março, que havia irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin, como apontado pelo seu irmão Ricardo Miranda. Além de não abrir inquérito, indícios ainda apontam que Bolsonaro avisou o Ministro da Saúde à época, Eduardo Pazuello. Matéria publicada esta semana pelo jornal Folha de São Paulo mostra que o governo Bolsonaro pode ter cobrado propina de US$ 1 dólar por dose da vacina AstraZeneca. A informação foi dada ao jornal pelo vendedor da Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que disse que o responsável pela negociação foi Roberto Ferreira Dias, diretor de Logística do Ministério da Saúde.
Leia o pedido de impeachment na íntegra:
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