No dia 8 de junho, o ministro da Defesa, General Paulo Sérgio Nogueira, participará de audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle para esclarecer sobre a compra de mais de 11 milhões de comprimidos de Viagra e o contrato para fabricação da medicação pelo laboratório da Marinha. O requerimento que solicita a presença do ministro, de autoria do deputado Elias Vaz (PSB-GO), foi aprovado no colegiado nesta quarta-feira (4).
A compra de tantos comprimidos de Viagra pelas Forças Armadas chamou a atenção da população brasileira. Para Elias, a compra é, no mínimo, estranha. “Inúmeros medicamentos essenciais para a manutenção da vida de cidadãos estão em falta nas unidades de saúde. A estrutura das Forças Armadas poderia estar sendo usada na fabricação desses medicamentos”, afirmou.
Além da compra da medicação, levantamento feito pelo socialista mostrou que o Comando da Marinha mantém contrato para transferência de tecnologia na fabricação do Viagra. “A opção por investir recursos do erário na fabricação do Viagra e não em medicamentos essenciais como, por exemplo, antibióticos, analgésicos, sedativos, vermífugos, corticosteróides, vasodilatadores, broncodilatadores, que atuam no tratamento de doenças comuns do dia a dia, fere o interesse público”, acrescentou.
A doença mais comum tratada pelo Viagra é a disfunção erétil e não a hipertensão arterial pulmonar, como justificaram as Forças Armadas. Elias Vaz espera que o ministro da Defesa esclareça qual a finalidade da aquisição dos comprimidos; porque a Marinha está interessada na fabricação da droga em detrimento de outros produtos; e qual é o estágio da transferência de tecnologia até agora. “O ministro também deverá esclarecer a compra dos medicamentos realizada por meio dos empenhos, e, ainda, a quantidade efetivamente adquirida”, disse.