A pedido do deputado Eduardo Bandeira de Mello (PSB-RJ), a Comissão do Esporte debateu, na quarta-feira (12), o balanço das atividades e a aplicação de recursos do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) e dos clubes esportivos. A formação de atletas e a preparação para o atual ciclo olímpico também foram tema da audiência pública. Desde 2011, a CBC recebe recursos das loterias federais para formação e preparação de atletas de alto rendimento.
Segundo Bandeira, desde que começou a receber esses recursos, o Comitê já investiu mais de R$ 600 milhões nos clubes brasileiros. “Esse montante refere-se aos editais apresentados pelos clubes, com seus projetos específicos. Uma vez que há recursos públicos investidos nas diversas entidades, é importante o debate”, disse.
De acordo com o superintendente da CBC, João Paulo Gonçalves, o propósito da entidade é formar atletas de alta performance e ídolos que incentivem atletas de base. O Programa de Formação de Atletas tem como base três eixos: materiais/equipamentos, recursos humanos e competição. “Contamos hoje com 600 clubes beneficiados pelo programa e fazemos a distribuição equilibrada dos recursos para cada eixo de atuação. Estamos hoje em todas as regiões brasileiras fazendo a universalização do esporte no País”, afirmou.
Dados apresentados por Gonçalves mostram que nas Olimpíadas de Tokyo, em 2021, 88% das delegações eram de clubes e 86% das medalhas brasileiras também. “Para as Olimpíadas de Paris, em 2024, queríamos fortalecer ainda mais as modalidades para que todos possam receber financiamento e ampliar os números da última competição”, acrescentou.
O diretor de Esportes Olímpicos do Clube de Regatas do Flamengo, Marcelo Vido, afirmou que a reestruturação financeira encabeçada por Bandeira de Mello enquanto presidente do clube, fortaleceu o esporte olímpico do Flamengo. “Um trabalho que começou em 2013 e que hoje conta com nove modalidades olímpicas, com 800 atletas federados e sendo o clube que mais apoiou o Brasil no quadro de medalhas”, completou.
Vido ressaltou que fala-se muito em rendimento e competição, mas que é preciso destacar a inclusão e o impacto social que o projeto olímpico tem, com 46% dos atletas vivendo em comunidades e com oportunidades de mudar de vida. Bandeira defendeu que o debate sobre a temática da audiência deve ser constante e que o esporte brasileiro sempre deve ser visto como vetor de desenvolvimento e inclusão social.