A Comissão de Cultura fez, nesta terça-feira (21), audiência pública para debater o Projeto de Lei nº 5616/2023 que institui o Dia Nacional do Brega, de autoria do deputado Pedro Campos (PSB-PE). Vice-presidente do colegiado, a deputada Lídice da Mata (PSB-BA) foi a autora do requerimento que solicitou o debate.
A iniciativa faz parte de um conjunto de ações voltadas ao segmento com objetivo de pensar e implementar políticas públicas que fortaleçam o movimento brega na cena nacional. “Precisamos fortalecer a cadeia cultural e econômica impulsionadas pelo movimento brega no Brasil”, pontuou Pedro.
Pela proposta, o Dia Nacional do Brega deverá ser celebrado todo dia 14 de fevereiro, data de aniversário de Reginaldo Rossi, conhecido como o rei do brega. “Essa é uma maneira significativa de honrar um dos ícones do gênero e reconhecer sua contribuição para a música brasileira. Rossi saiu de origens humildes para se tornar um exemplo inspirador de como a música pode transformar vidas e transcender barreiras sociais”, justificou o autor do projeto.
Lídice lembrou que o brega é um gênero musical que desempenha papel fundamental na cultura popular brasileira e merece ser celebrado devido a sua relevância social, cultural e histórica. “Ele possui raízes profundas na diversidade do Brasil. Além disso, o brega é um importante vetor de inclusão social, proporcionando oportunidades a artistas e músicos talentosos que muitas vezes são marginalizados”, acrescentou a deputada.
Participação:
Mais de 20 artistas e produtores culturais participaram da audiência. Entre eles, Anderson Neiff, Dany Myler, Nega do Babado,Conde só brega, Brega Bregoso e Michelle Melo. A reunião também contou com a participação do professor, pós-doutor e autor do livro “Ninguém é Perfeito e a Vida é Assim: A Música Brega em Pernambuco”, Thiago Soares, e da secretária dos Comitês de Cultura do Ministério da Cultura, Roberta Cristina Martins.
“É importante reunir os fazedores de cultura, a academia e o poder público para traçar estratégias que irão impactar a vida das pessoas. A cultura é um pilar importante para impulsionar a nossa economia e o nosso turismo”, afirmou Pedro Campos.
O parlamentar destacou que o gênero musical não se limita a um único estilo musical, mas abraça uma ampla gama de expressões artísticas que transcende rótulos estritos, incorporando elementos do samba, bolero, jovem guarda, kizomba, funaná e até mesmo a moderna vertente do TecnoBrega e do BregaFunk.
“É um ritmo que entrou muito nas periferias e, principalmente, nas grandes cidades do Nordeste. Nosso objetivo maior é dar vez e voz a essas periferias, aqui em Brasília, para que elas nos apontem o caminho para a concepção de política pública para o segmento”, acrescentou o deputado.
A cantora Michelle Melo agradeceu a iniciativa de Pedro Campos e falou que a presença do movimento no Congresso Nacional é a verdadeira política pública. “Quando o deputado se dispõe a dizer que quer os bregueiros com ele, ele dá dignidade a esse povo”, disse. A cantora afirmou ainda que a música brega conta a história do dia a dia na periferia e que hoje representa quase 70% dos empregos diretos e indiretos do entretenimento musical em Pernambuco. “Ainda assim o movimento é marginalizado”, acrescentou.
Com informações da assessoria do deputado Pedro Campos