Elias Vaz identifica supersalários das Forças Armadas e cobra explicações de ministro da Defesa

O deputado Elias Vaz (PSB-GO), vice-líder do PSB na Câmara, cobrou explicações do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, sobre o pagamento de supersalários a militares em meio à pandemia da Covid-19. Levantamento feito pelo parlamentar no Portal da Transparência revelou que, em alguns casos, foram pagos até R$ 1 milhão, além do salário mensal, a militares da ativa, inativos e pensionistas em 2020. O requerimento apresentado por Elias Vaz também é assinado pelo 1º vice-líder do PSB, Camilo Capiberibe (PSB-AP).

O grupo das Forças Armadas beneficiado inclui aliados de Bolsonaro, como o candidato a vice na chapa de reeleição, o ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto; o ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque; e o atual ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos.

Enquanto a população era obrigada a lidar com todos os desafios impostos pela falta de ações do governo no combate à pandemia, só o general Walter Braga Netto recebeu R$ 926 mil entre março e junho de 2020. Nesse mesmo período, parlamentares do PSB, ao lado de outros partidos da oposição, defendiam no Congresso a aprovação do Auxílio Emergencial no valor de R$600,00 às famílias de baixa renda. Um valor três vezes maior do que o apresentado por Bolsonaro e sua equipe.  

“É estarrecedor que, em um ano tão difícil para o nosso país como foi 2020, no auge da pandemia da Covid-19, quando o governo limitou o pagamento de auxílio emergencial a quem estava passando fome, um grupo de privilegiados tenha recebido valores milionários além do salário. É um tapa na cara do povo brasileiro”, afirma Elias Vaz. 

De acordo com o relatório produzido pelo deputado, o campeão entre os ministros militares de Bolsonaro foi o almirante Bento Albuquerque, que ocupou o Ministério de Minas e Energia entre janeiro de 2019 e maio de 2022. Nos meses de maio e junho de 2020, ele recebeu, além do salário, a soma de R$ 1.037.015,42, valor bruto. 

No requerimento, Elias pede o detalhamento dos pagamentos extraordinários feitos em quatro frentes: remuneração básica bruta, férias, outras remunerações eventuais e verbas indenizatórias registradas no sistema de pessoal militar. As parcelas foram pagas de duas formas ao longo de 2020: pagamentos integrais em um único mês ou divididos em duas ou três parcelas. 

Há casos de militares que chegaram a receber, além do salário normal, R$721 mil de remuneração básica bruta no mesmo mês e outros que receberam R$ 684 mil de férias no mês. Na categoria de “Outras Remunerações Eventuais”, os benefícios extras por militar chegam a R$ 710 mil em um único mês. Também há militares que receberam no mês até R$391 mil de “Verbas Indenizatórias Registradas em Sistemas de Pessoal Militar”.

“A nossa preocupação é que Bolsonaro esteja utilizando esses benefícios como instrumento de cooptação de alguns setores das Forças Armadas, representando uma ameaça à democracia. Estamos atentos a qualquer ação nesse sentido”, destaca Elias Vaz.


Com informações da assessoria do deputado Elias Vaz.