Elias Vaz questiona General Heleno sobre militares do GSI que defendem golpe

O deputado Elias Vaz (PSB-GO) questionou o ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, sobre quais as medidas tomadas em relação aos casos de militares com função no GSI que estimulam golpe e atos antidemocráticos. Nesta quarta-feira (7), o ministro compareceu à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, após ser convocado, para esclarecer sobre as suspeitas de ataques ao 7 de setembro e a escalada da violência política pela extrema direita.

General Heleno afirmou que os militares são cidadãos livres, que pagam seus impostos, e podem falar o que quiserem e que não estão mais no Gabinete. “Querem que a gente faça o que? Coloque eles na cadeira elétrica ou pendure em um poste? Estão exagerando sobre palavras ditas em redes sociais”, disse. Um dos ministros mais próximos de Bolsonaro, Heleno chegou a declarar que “infelizmente Lula não estava doente” e se referiu ao presidente eleito como “cachaceiro”.

O ministro foi duramente criticado pelo deputado Elias, que o lembrou que incentivar um golpe militar é crime e que o GSI deveria, ao menos, abrir um processo administrativo para apurar os casos. “Estamos assistindo a uma situação séria e grave e tudo dentro do contexto do GSI e das Forças Armadas em relação ao desrespeito à democracia. Independente de divergências políticas temos que defender o Estado Democrático de Direito e é essencial reconhecer o resultado das eleições”, afirmou o deputado.

Militares da ativa se engajaram, de forma ilegal, em manifestações com mensagens antidemocráticas que questionam o resultado das eleições presidenciais. Entre eles, está o assessor direto do general Heleno, o tenente-coronel Darlan Sena, que disse que não prestaria continência para bandido e não reconhecia a vitória de Lula. Além disso, ele usou em seu perfil a foto do general Newton Cruz, notório defensor da ditadura.

Já o militar da Marinha Ronaldo Travessos, que também estava lotado no GSI, apareceu em áudios e vídeos enviados em um grupo de mensagens incentivando os atos democráticos em frente aos quartéis das Forças Armadas e defendendo o assassinato dos eleitores de Lula.