Lídice da Mata preside Frente de incentivo à retomada da economia criativa no país

A deputada Lídice da Mata foi escolhida, nesta sexta-feira (7), presidente da Frente Parlamentar Mista da Economia Criativa. A socialista entra no lugar do deputado Marcelo Calero (Cidadania-RJ) que assumiu a Secretaria de Integridade Pública da Prefeitura do Rio de Janeiro. De acordo com a deputada Lídice, a Frente chama a atenção do parlamento sobre a importância da economia criativa para o desenvolvimento do país. “Precisamos ter resistência para acabar com a política de destruição da indústria cultural imposta pelo governo Bolsonaro e, juntos, pensar em saídas com a elaboração de propostas legislativas para a retomada do desenvolvimento da economia criativa no Brasil”, disse.

A socialista afirmou que realizará uma reunião para definir novos objetivos diante do momento em que o setor vive com o enfrentamento à pandemia da Covid-19. “Com a crise econômica e sanitária, o setor da Economia Criativa perdeu 458 mil postos de trabalho em 2020, em comparação a 2019. Os dados foram divulgados pelo Observatório Itaú Cultural e indicam a retração de 6,4% nos empregos especializados principalmente na área cultural”, explicou Lídice.

A deputada reforçou que continuará o trabalho realizado pelo deputado Calero associado à Comissão de Cultura e à Frente Parlamentar em Defesa do Cinema e do Audiovisual presidida pelo deputado Tadeu Alencar (PSB-PE), na luta contra os ataques feitos pelo governo, inclusive em conquistas já realizadas pelo setor.

Para o deputado Tadeu, o que a Frente debate pode ser por onde o Brasil vai encontrar o caminho para a retomada econômica e social. “O Brasil faz a diferença justamente em seu capital intelectual, no cinema, na música. A solução dos problemas do país passa pelo desenvolvimento da indústria da economia criativa. A solução é também o maior desafio uma vez que enfrentamos problemas complexos e pouco dinheiro para fazer frente a esse desenvolvimento”, afirmou. O deputado se colocou à disposição do colegiado para se somar à luta pelo desenvolvimento da economia criativa no país.


DEBATE:


Com o retorno dos trabalhos realizado hoje, a Frente Parlamentar Mista da Economia Criativa fez uma reunião para tratar das Perspectivas da Economia Criativa, com o painel da Dra. Cláudia Leitão, professora da Universidade Estadual do Ceará e ex-secretária de Economia Criativa do Ministério da Cultura.

Entre os desafios a serem enfrentados pelo grupo, Cláudia destacou a criação de condições necessárias para a produção do conhecimento; sistemas alternativos de produção de metodologias de enfrentamento à pobreza; modelos sustentáveis de negócio; reconhecimento das práticas culturais tradicionais; arranjos produtivos sustentáveis para o turismo criativo e acesso ao crédito para pequenos empreendedores. “Precisamos pensar em uma estruturação de ecossistemas favoráveis a criação, produção, comercialização e consumo de bens e serviços oriundos da economia criativa e um dos desafios do colegiado é continuar a discutir, refletir, contribuir e liderar para o desenvolvimento de forças criativas da sociedade brasileira”, acrescentou.

A coordenadora do Observatório da Economia Criativa da Bahia, Daniele Canedo, falou sobre a importância da aprovação da Lei Aldir Blanc – auxílio emergencial para o setor cultural – mas destacou que a legislação ajuda no socorro financeiro, mas não contribui para a restruturação do setor. “Precisamos pensar também no fortalecimento da gestão cultural, pesquisa e formação continuada”, disse.

O coordenador do site Socialismo Criativo, do PSB, Domingos Leonelli, afirmou que é necessário construir um eixo de desenvolvimento da economia criativa. “A beleza da economia criativa e que pode nos proporcionar, desde artesanato até modernas tecnologias. A Frente precisa introduzir no mundo parlamentar a visão estratégica da econômica criativa. Essa é a possibilidade que o Brasil tem de renascer economicamente.”

A FRENTE:
O colegiado foi lançado em junho de 2019 com o objetivo de propor, promover, acompanhar e defender ações públicas e proposições que possam reforçar o papel e a importância das atividades culturais para o desenvolvimento do país.