Bandeira de Mello faz audiência pública da Frente de Energia, no Rio de Janeiro, para debater transição energética

Na segunda-feira (6), o deputado federal Eduardo Bandeira de Mello (PSB-RJ), vice-presidente de Eficiência Energética da Frente de Energia do Congresso Nacional, fez uma audiência pública com a participação de autoridades do setor para discutir as principais iniciativas para a transição energética no Brasil.

O evento, que aconteceu na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, teve apresentações de dados e projetos do vice-presidente de Assuntos Regulatórios da Stellantis para a América do Sul, João Irineu Medeiros, da gerente de distribuição do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Ana Helena Mandelli, da gerente Executiva de Mudança Climática e Descarbonização da Petrobras, Viviana Canhão Bernardes G. Coelho e do diretor Geral do INEE, Fernando Perrone.

Bandeira afirmou que escolheu a audiência no Rio de Janeiro pela importância da região, que conta com grandes instituições de matrizes energéticas e automotivas do País. “Precisamos aprofundar o estudo e a aplicação de soluções para a comercialização de veículos com motor otimizado para uso do etanol, seja com tração exclusivamente através do motor a combustão, seja um carro híbrido com tração elétrica à bateria”, disse Bandeira.

Na abertura do evento, o parlamentar lembrou que este assunto voltou à pauta no Congresso Federal com a Medida Provisória (MP) nº 1.175/23, aprovada na Câmara e no Senado, que estabelece incentivos para carros que reduzem a eficiência no uso do etanol.

“Agora, queremos saber o que as empresas já estão fazendo diante desse novo cenário. Estamos exercendo o papel do Parlamento em dialogar com diversos setores em busca da saída mais eficiente para uma transição energética justa para o país”, afirmou Bandeira.


Mudanças nas empresas automotivas – Para o vice-presidente de Assuntos Regulatórios da Stellantis para a América do Sul, João Irineu Medeiros, será preciso pensar em soluções com tecnologias já existentes no Brasil, focar na autonomia veicular e na redução da produção de carbono, a fim de se adequar à nova MP.

“Não podemos copiar o que é feito na Ásia ou nos Estados Unidos. Temos de criar uma solução própria. Atualmente produzimos por ano 700 mil carros zeros no Brasil, então precisamos nos adequar à nova medida vendo as potencialidades próprias do nosso País. Por isso, criamos um programa que visa reduzir a emissão de CO² em 50% até 2030 e ter carbono neutro até 2038″, anunciou o vice-presidente da Stellantis.

A gerente de distribuição do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Ana Helena Mandelli, reforçou que não há uma solução única e igual para todos os países. Ela ainda informou que atualmente o Brasil conta com 60 milhões de veículos de passeios circulando, mas com uma vida útil muito avançada.

“A nossa frota privada é antiga e temos que levar em consideração essas estatísticas, até o nosso perfil de emissão é diferente do resto do mundo. Não tem bala de prata, o petróleo vai continuar sendo uma solução importante, principalmente quando eu falo em matriz de transporte, em um país de proporção transcontinental.

Não vamos ter uma única alternativa disponível ou necessária, precisamos olhar todas as alternativas como essa combinação da eletrificação com o biocombustível, que vai ser o futuro”, concluiu Mandelli.
Esse foi o primeiro de muitos eventos que a Frente de Energia vai promover no país, segundo o deputado federal e vice-presidente de Eficiência Energética.

“As discussões são muito importantes para o futuro do desenvolvimento sustentável do Brasil. É preciso ter sempre essa troca entre as entidades e a sociedade civil, onde os esforços, as pesquisas e os projetos são apresentados. Esse foi o primeiro de muitos encontros que iremos promover no país, em especial, no estado do Rio de Janeiro”, afirmou Bandeira de Mello.