A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara aprovou, na quarta-feira (7), o projeto da deputada Tabata Amaral (PSB-SP) que institui a “Semana de Valorização de Mulheres que Fizeram História” nas escolas de educação básica. Durante a semana comemorativa, serão promovidas ações de informação e conscientização por meio da história de sucesso de mulheres nas ciências. Também serão desenvolvidos eventos que estimulem práticas de liderança.
Segundo Tabata Amaral, a proposta contribui para a experimentação concreta da igualdade de gênero, tão necessária em tempos nos quais mulheres seguem recebendo menores salários, por mesmo desempenho de função, e em que taxas de feminicídio crescem vertiginosamente. “Propomos, com essa iniciativa, que mais meninas entendam que mulheres podem acessar múltiplas carreiras. Além disso, buscamos gerar mais respeito e empatia entre os meninos, desconstruindo a cultura de violência contra a mulher, que está fortemente arraigada no cotidiano dos arranjos sociais”, explicou.
Relator do projeto, o deputado Tadeu Alencar (PSB-PE) destacou a contribuição de medidas como essas na valorização e no respeito às mulheres. “É essencial que o ambiente escolar promova ações que contrariem a cultura de encorajamento apenas de meninos para profissões que envolvem, por exemplo, o campo científico ou político”, afirmou.
Melhor Desempenho
Pesquisas apontam que as mulheres têm melhor desempenho escolar, mas durante a vida acadêmica ou no mercado de trabalho acabam recebendo piores bolsas de estudo ou salários. “As mulheres têm ainda baixa representação no mundo científico por conta de preconceito social e econômico e pelo desencorajamento quanto ao lugar que devem ocupar”, lamentou Tabata Amaral ao ressaltar que essa realidade precisa mudar.
Além da instituição da campanha, o projeto altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação para tornar obrigatória a inclusão, nos conteúdos curriculares, de abordagens fundamentadas nas experiências e nas perspectivas femininas. Dessa forma, a valorização da mulher estará também presente nas escolas ao longo de todo o ano letivo.
O projeto está sujeito à análise conclusiva das comissões. Dessa forma, pode seguir diretamente para o Senado, caso não haja pedido para ser votado no Plenário da Câmara.