CPMI dos atos antidemocráticos aprova plano de trabalho com voto favorável do PSB

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) que investiga os atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro aprovou, nesta terça-feira (6), o Plano de Trabalho da relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA). O texto destaca a necessidade de descobrir os autores intelectuais, os financiadores e os agentes públicos envolvidos.

A senadora aponta que o que aconteceu não foi um fato isolado e que eventos anteriores também são relevantes para compreender os objetivos do colegiado. Para o deputado Duarte (PSB-MA), essa é uma análise importante, uma vez que o que ocorreu no dia 8 foi apenas a ponta de um iceberg.

“Destaco o dia 31 de outubro, com a montagem dos acampamentos na porta dos quartéis. Quem financiou? O dia 12 de dezembro, com o caos na capital federal e a tentativa de invasão da sede da Polícia Federal, quem já foi punido? E o dia 24 de dezembro, com a tentativa de explodir uma bomba próximo ao aeroporto de Brasília. O acusado era assessor da então ministra Damares Alves”, questionou o deputado.

O Plano de Trabalho aprovado sugeriu que seja feito o aperfeiçoamento da legislação para o fortalecimento dos instrumentos de defesa da democracia e a criação de um canal próprio no colegiado para colher informações e manter contato direto com a população.

A relatora quer ainda atuar em colaboração com a Câmara Legislativa do DF, onde está funcionando uma comissão de inquérito com o mesmo objetivo. “Vamos buscar a irrestrita e incansável elucidação dos fatos, nada além ou aquém disso”, disse Eliziane.

Deliberativa:

Na próxima semana a CPMI votará requerimentos dos membros. Na pauta, estão 13 dos 33 apresentados pelo deputado Duarte que contribuirão para elucidar quem são os envolvidos nos atos golpistas.

Além de nomes que já estão sendo investigados, como o do ex-ministro da Justiça Anderson Torres e do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, Duarte quer ouvir testemunhas. Em requerimento, ele pede que seja ouvida a policial militar Marcela da Silva, violentamente agredida pelos invasores durante os atos golpistas.

O deputado pediu acesso a documentos das big techs, entre elas Twitter, Instagram, Telegram e Facebook, com relatórios de perfis com conteúdo relacionado, das investigações feitas pelo STF e do plano estratégico para lidar com manifestações, da Secretaria de Segurança Pública do DF.