A importância da participação da pessoa idosa no processo eleitoral foi tema de debate realizado, nesta quarta-feira (8), na Comissão dos Direitos da Pessoa Idosa. A reunião aconteceu a pedido do presidente do colegiado, deputado Denis Bezerra (PSB-CE).
Segundo dados da Justiça Eleitoral, o perfil do eleitorado brasileiro mudou nos últimos anos, com um aumento no número de idosos, mulheres e pessoas com nível superior. Os eleitores com 60 anos representam 20,4% do eleitorado. Nas eleições passadas, eram 18,8%. Especialistas avaliam que a escolha desse grupo, assim como dos jovens, pode mudar o rumo das eleições.
Para Denis Bezerra, mais do que estimular a participação da pessoa idosa no processo eleitoral, é preciso que essa escolha seja consciente. “É extremamente necessário que os idosos se mantenham ativos. Eles precisam participar da escolha de representantes que entendam a urgência de projetos que valorizem uma geração que muito contribuiu para o desenvolvimento do País.” Ainda segundo o socialista, é preciso incentivar, cada vez mais, o exercício da cidadania e sua contribuição na transformação do cenário político e social do Brasil.
Entre os participantes do debate, a busca pela elaboração e implementação de políticas públicas que atendam as mais variadas demandas dos idosos foi um dos pontos de destaque. “Essas pessoas precisam buscar, por meio do voto, alguém que lhes defenda”, afirmou o Secretário Nacional da Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, Antônio Costa.
Importante ressaltar que o Brasil passa por um intenso e rápido processo de envelhecimento da população, conforme apontam diversos estudos e pesquisas. Mas, para a juíza e coordenadora da Central Judicial do Idoso, Monize Freitas Marques, o tema ainda exige uma certa disruptura. “Essa discussão deveria ser da sociedade, de todas as idades. O envelhecimento passa por todos os grupos e deveria ser a primeira das discussões no campo da Casa Legislativa”, alertou ao elogiar a iniciativa do deputado Denis Bezerra na promoção do debate.
A secretária-geral da presidência do Tribunal Superior Eleitoral, Christine Peter, lembrou que o voto da pessoa idosa é também uma forma de preservação das gerações culturais de um País. “Quando uma pessoa vota, ela não vota só. Ela vota pela tradição, pela história. E a ideia da democracia não pode deixar de perceber nenhum dos públicos a que ela serve.”
Também participaram dos debates a procuradora de Justiça e representante do Conselho Nacional do Ministério Público, Yélena Monteiro, e o representante da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Vicente Faleiros.
