Os deputados Bira do Pindaré (PSB-MA) e Elias Vaz (PSB-GO) refutaram qualquer tipo de racismo no futebol brasileiro. Os dois são autores de requerimentos para que o tema fosse debatido em audiência pública, que aconteceu nesta terça-feira (16), nas Comissões de Direitos Humanos e Minorias e de Esporte.
Bira afirmou que o futebol é a vitrine não só do esporte nacional, mas também da cultura do país e do povo brasileiro. Por essa razão, o deputado considerou importante discutir sobre o assunto para escutar os diferentes segmentos da sociedade. “Precisamos de subsídios para trilhar o caminho para que medidas sejam adotadas com o objetivo de coibir essa prática. O futebol deve servir de exemplo positivo e não negativo.”
Elias Vaz disse ser um apaixonado por futebol, mas também é apaixonado pela justiça. “Nós nos indignamos quando tem esse tipo de atitude totalmente nefasta acontecendo dentro do futebol”, completou.
Ele acrescentou que crianças também são apaixonadas por futebol, assim como milhões de pessoas no mundo. Por esse motivo, o deputado afirmou que é preciso jogar duro para que o futebol seja exemplo em todos os aspectos. “O futebol tem que ser um exemplo nessa questão tão grave. Que possamos encontrar caminhos para superar esse tipo de situação totalmente desagradável”, declarou.
Camilo Capiberibe (PSB-AP) lembrou que novembro é o mês da Consciência Negra, o que dá mais relevância ao debate. De acordo com ele, o esporte é fundamental para o Brasil por unir os brasileiros. No entanto, o esporte também sofre com as provocações. “Mesmo depois de tempo da abolição da escravatura, nós nos defrontamos com casos de racismo nos campos do Brasil e do mundo”, disse.
Para Camilo, esse tipo de comportamento é consequência da omissão do País, por não fazer a inclusão social dos descendentes de escravos, de fato, na cidadania plena. “Isso se reflete de diversas maneiras, mas no esporte, quando a torcida faz um grito racista, isso choca”, alertou.
Homofobia – Bira também protestou contra o ato de homofobia que aconteceu na última segunda-feira (15), em Recife, durante o jogo entre Náutico e Sampaio Correio, pela Série B do Campeonato Brasileiro. O goleiro Luiz Daniel, do Sampaio Correia, time visitante, foi ofendido com gritos homofóbicos enquanto ia cobrar um tiro de meta.
Segundo o socialista, são situações como essa que provocam a discussão sobre qualquer tipo de preconceito no futebol. Ele lembrou que, hoje, o crime de homofobia está igualado ao crime de racismo, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). “Portanto, esses dois temas podem caminhar juntos, com medidas legislativas ou judiciais que coíbam essa prática no futebol brasileiro.”