O líder do PSB, deputado Bira do Pindaré (MA), levou ao presidente da Câmara, Arthur Lira, junto com outros líderes de partidos da base do governo Lula, um pedido de responsabilização de parlamentares e políticos que tiveram participação nos atos golpistas e de vandalismo que ocorreram em Brasília no domingo (8).
A responsabilização envolve deputados e políticos que tenham participado da invasão e também daqueles que tenham incentivado ou financiado os atos.
A Câmara dos Deputados e o Senado já aprovaram, inclusive, a intervenção federal na Segurança Pública do Distrito Federal decretada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, como resposta aos atos de vandalismo.
“O que aconteceu foi vandalismo, terrorismo, mas foi, sobretudo, uma tentativa de golpe. Não podemos aceitar que a democracia seja atacada de maneira tão violenta e fique na impunidade”, disse o líder do PSB.
Em pronunciamento no Plenário, Bira disse que as cenas presenciadas no domingo provocaram tristeza e indignação. “Bolsonaristas promoveram atos deploráveis na capital do nosso País, rasgaram a Constituição, afrontaram os símbolos maiores da nossa República, tudo isso porque não aceitam o resultado da eleição.”
Ele ressaltou que os atos foram insuflados pelo ódio, pela mentira, por um governo absolutamente irresponsável, que durante quatro anos, a única coisa que foi capaz de fazer foi plantar no coração de uma parcela da população esse sentimento abominável que destrói e corrói a República brasileira. “Vimos uma demonstração prática, concreta, de tudo que isso significa, de tudo que isso representa”, declarou.
Bira também defendeu a perda dos direitos políticos dos envolvidos nos atos antidemocráticos. “Não é possível que pessoas que atentam contra a democracia queiram continuar na vida pública no Brasil. Devem ser banidos. Não podem ter direitos políticos aqueles que não se submetem à democracia.”
Defesa da democracia
Para a deputada Lídice da Mata (PSB-BA), o Brasil ficou estarrecido com as cenas de violência e ocupação dos prédios públicos mais simbólicos da democracia e da república. “Aquela ação planejada, tolerada durante todo esse período, não tinha uma só reivindicação que não fosse não aceitar o resultado das eleições”, criticou.
Ela acredita que a extrema direita está ainda mais isolada após os atos e defendeu a punição dos envolvidos. “É com a continuidade do nosso governo, assumindo as pautas do interesse do povo, mas não deixando de fazer a necessária punição. A punição é compromisso da democracia ”, completou.
Alessandro Molon (PSB-RJ) registrou que a democracia venceu e sobreviveu ao ataque mais duro visto nos últimos anos ou nas últimas décadas. “Esses ataques são fruto de uma escalada que foi tolerada. Não foi um ataque contra o governo, foi um ataque contra a democracia. O repúdio aos atos de ontem é um dever de todos nós. Defenderemos a democracia para que a vontade soberana do povo brasileiro, os poderes da República e a Constituição que nós juramos defender sejam respeitados por todos sempre”, afirmou.
Com informações da Folha de São Paulo e da Agência Câmara.