Nesta quarta-feira (17), o deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) fez um apelo durante a reunião da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara para que seja colocada em pauta proposta de fiscalização, apresentada por ele em 2019, sobre as despesas efetuadas com o cartão corporativo do presidente Jair Bolsonaro. O deputado explicou que, como a Comissão não funcionou em 2020, já se passou mais de um ano para a elaboração do relatório e já deveria estar na pauta do colegiado.
“Temos que acompanhar esses gastos. Até agora, pelo valor que estamos sabendo, os gastos passam de R$ 1 milhão por mês. O presidente diz ter uma vida singela, que gosta de miojo e pão com leite condensado, mas precisa de muito pão e miojo para gastar tudo isso. Temos que dar uma satisfação para a sociedade e verificar se os gastos estão sendo realizados de maneira correta”, afirmou Elias.
Dados do Portal Transparência da Controladoria-Geral da União (CGU) mostram que a Presidência da República aumentou as despesas do cartão corporativo em 2020, gastando R$ 20,1 milhões, em plena pandemia. O valor é 27,2% superior ao desembolsado em 2019.
O pedido de fiscalização encaminhado pelo deputado Elias à Comissão é para que o Tribunal de Contas da União (TCU) faça uma auditoria dos gastos do cartão corporativo do presidente. O parlamentar justificou que os gastos estão disponíveis no Portal da Transparência, mas muitos dados sobre os valores desembolsados, como data e nome do favorecido, estão classificados como sigilosos.
Em novembro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou o sigilo de alguns gastos do presidente, inclusive os feitos pelo cartão corporativo, mas até hoje diversos dados relevantes sobre os gastos permanecem em sigilo.
