O deputado Elias Vaz (PSB-GO) cobrou esclarecimentos do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, sobre os recordes de desmatamento em 2022. A pedido do socialista, a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle realizou audiência pública, nesta quarta-feira (6), para ouvir o chefe da Pasta.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais houve um aumento de 20% das áreas desmatadas na Amazônia e no Cerrado neste ano, quando comparado ao mesmo período de 2021. Os dados mostram que, após um ano à frente do Ministério, Joaquim Leite acumula números piores que os do seu antecessor, Ricardo Salles. “Cheguei a pensar que nenhuma gestão poderia ser pior que a do Salles, mas infelizmente não foi isso que aconteceu”, ressaltou Elias. Em maio, a Amazônia brasileira teve o pior número de incêndios desde 2004. Foram 2.287 focos e, em junho, os números aumentaram 11% em relação ao mês anterior.
Os sucessivos recordes negativos representam um retrato claro da política de agressão e de conflito com o meio ambiente defendida pelo governo Bolsonaro. Os baixos índices de aplicação do orçamento do Ministério na prevenção de incêndio e fiscalização reforçam essa realidade, conforme destacou Elias Vaz, ao questionar o ministro sobre a execução desses recursos em áreas fundamentais.
Dados do Sistema Integrado de Planejamento de Orçamento apresentados pelo deputado mostram que, até o momento, foram liquidados apenas 15,8% do orçamento destinado ao Ministério para a prevenção de incêndio. “Vocês estão esperando gastar isso quando? Depois que tiver o incêndio?”, questionou.
No controle e na fiscalização ambiental, foram aplicados 18% até o momento, o que demonstra a ausência do Estado na fiscalização e na aplicação das leis de proteção ao meio ambiente. “O número de assassinatos têm aumentado nessas regiões muito pela ausência do Governo e pela dificuldade em fazer com que as leis sejam cumpridas. Vemos uma verdadeira terra sem lei, com ameaças e violência a quem contesta qualquer tipo de conduta ilegal”, destacou Elias ao lembrar o assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips na Amazônia.
O ministro Joaquim Leite afirmou que o Governo tem atuado de forma mais rígida contra o desmatamento e crimes ambientais. Na ocasião, ele apresentou informações sobre investimentos do Ministério nos últimos anos que claramente não são suficientes para superar os problemas apontados pelos socialistas.