Governo Bolsonaro fustra nova tentativa de socorro à agricultura familiar

O socialista e presidente da Frente Parlamentar da Agricultura, Heitor Schuch (PSB/RS), reagiu com indignação em sessão virtual da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (25), a mais um veto do presidente Bolsonaro ao auxílio emergencial para os agricultores familiares. O projeto de lei 735/2020, alvo do veto, previa um recurso de socorro de R$ 3 mil divididos em cinco parcelas. A proposta havia sido aprovada por unanimidade tanto na Câmara quando no Senado e, além da ajuda financeira, também previa recursos para fomento e renegociação das dívidas. Heitor Schuch destacou que esse é o segundo veto do Governo Federal a projetos de ajuda aos agricultores familiares durante a pandemia provocada pelo coronavírus. “Este governo está provando que não tem nenhuma preocupação com quem está colocando o alimento na mesa da população. Um governo que não reconhece a importância não só de quem produz, mas do setor que mais gera emprego e renda no país. A agricultura familiar sobrevive por sua teimosia, perseverança e capacidade de recomeçar. Mas só isso não basta. É preciso política pública”, critica Schuch. Ao se comportar dessa forma, o socialista destaca que o Governo Bolsonaro patrocina o êxodo rural ao desestimular quem tem como fonte de renda a agricultura. “Não acredito nisso, já que o Governo tem a maioria dos votos e se quisesse pagar os R$ 600 para os agricultores não teria vetado pela segunda vez. E, ao manter no texto o artigo que não descaracteriza a condição de segurado especial, ele admite que quem sacou indevidamente não terá prejuízos. Ou seja , quem fez errado está certo, e quem fez certo está errado”, critica parlamentar.  Schuch acrescenta ainda: “Mas, mesmo que seja uma guerra perdida, lutarei até o fim pela derrubada de mais este veto desastroso que prejudica o homem do campo. E mantenho um fio de esperança na coerência dos deputados e senadores que aprovaram por unanimidade, que mantenham posição e me ajudem a derrubar este veto nefasto”. 

Fabrício Francis