Líder do PSB, Alessandro Molon, e João Campos homenageiam Eduardo Campos e Miguel Arraes

O líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon (RJ), fez um discurso, nesta quinta-feira (13), em homenagem aos grandes líderes socialistas, Eduardo Campos e Miguel Arraes que, por uma coincidência do destino, faleceram na mesma data.  Eduardo Henrique Accioly Campos faleceu em 2014, mas, ainda hoje, é lembrado com saudade por todos que tiveram a oportunidade de conhecê-lo diretamente ou que o conhecem através do meio político. Ele completaria 55 anos de idade no dia 10 de agosto. Mas, vítima de um trágico acidente aéreo, faleceu em 13 de agosto de 2014, em plena campanha eleitoral para o cargo de presidente da República. 

Campos e Arraes

Miguel Arraes faleceu em 2005, no Recife, aos 88 anos de idade. Ele ficou internado por 59 dias por causa de uma infecção pulmonar e foi submetido a sessões diárias de hemodiálise. Arraes teve forte atuação na política regional pernambucana e foi uma das figuras mais importantes da história do Partido Socialista Brasileiro.  

Molon fez a homenagem aos líderes socialistas em nome de toda a bancada do PSB. Ele lembrou que o dia de hoje recorda o falecimento de Eduardo Campos, há seis anos, e o de Miguel Arraes, há 15 anos.

“Dois grandes nomes da política brasileira, que fazem muita falta ao País. Em tempos de polarização, certamente estariam continuando a construir, incansavelmente, pontes para unir os brasileiros”, disse.  

Para o atual líder do PSB, Miguel Arraes foi um grande ícone da democracia brasileira, um homem em torno da qual se formou uma verdadeira mística em Pernambuco. “Um dos maiores defensores dos homens e mulheres do campo brasileiro. Um homem simples, com a sabedoria do homem do campo. Foi um corajoso, resistente à ditadura brasileira”, destacou. 

Ele lembrou a ocasião em que Miguel Arraes resistiu de sua sala, no Palácio do Campo das Princesas, à ditadura, quando recusou-se a renunciar ao cargo de governador de Pernambuco no 1° de abril de 1964. “Disse que o mandato que o povo lhe tinha conferido, ele não tinha o direito de a ele renunciar, para atender a que ditadura fosse.” Já Eduardo Campos, neto de Miguel Arraes, foi lembrado por Molon como um inesquecível ministro da Ciência e Tecnologia. A revolução na educação de Pernambuco, realizada por Campos, também foi citada pelo socialista, quando ele retirou o Estado dos últimos lugares e o colocou no topo do ranking do Ideb. “Fez isso com a ajuda de vários integrantes da nossa bancada, como o deputado Tadeu Alencar, que foi seu chefe da Casa Civil, deputado Danilo Cabral, que foi o secretário de Educação responsável por esses grandes resultados, além do apoio dos deputados Felipe Carreras, Gonzaga Patriota e do apoio sempre presente da sua família e do seu filho, deputado João Campos, membro da nossa bancada.” Eduardo Campos, de acordo com o parlamentar, fez do combate às desigualdades a sua grande meta, além de ser um grande construtor de pontes. “Deixou como sua última frase para o Brasil um mandamento para o PSB, que todos nós continuamos seguindo: ‘não vamos desistir do Brasil’. Agradeço ao presidente Carlos Siqueira, que trabalhou com esses dois grandes homens e que continua mantendo vivo o legado dos dois. Viva o PSB, viva Miguel Arraes, viva Eduardo Campos!”

João Campos

Bisneto de Miguel Arraes e filho de Eduardo Campos, o deputado socialista João Campos (PE) disse que, hoje, o dia 13 de agosto marca a história da política de Pernambuco. Segundo ele, quis o destino que Miguel Arraes e Eduardo Campos fossem ao encontro de Deus na mesma data.  Os dois, de acordo com o jovem deputado, tiveram uma vida muito marcada na luta popular e têm compromissos que atualmente seriam muito valorosos na vida pública brasileira. O primeiro deles, o compromisso inegociável com a democracia e com a manutenção e fortalecimento dela. “Eles são fruto da mesma escola política. Uma escola em que se dedica a vida pública com interesse integral de melhorar a vida das pessoas e de reduzir a desigualdade social”, contou.  Mais uma qualidade comum aos dois citada por Campos, era a capacidade de enxergar a frente do seu tempo, o que fez com que eles marcassem época e lutassem incansavelmente pela redução da desigualdade, o principal flagelo da sociedade atual e da qual deriva todas as outras chagas.  O Brasil, segundo o parlamentar, vive um momento muito desafiador. Nos últimos 100 anos, o País não passou por algo tão difícil, o que o leva a crer que precisaríamos neste momento de homens da dimensão deles, que tivessem a capacidade de romper polarizações, mas jamais romper pontes. “Eu vejo o Brasil desmanchando pontes a cada dia e no lugar de pontes, erguendo muros, segregação, preconceito, divisão”, lamentou.  Com a propriedade de quem tem os mesmos ensinamentos, João Campos disse que os dois tinham um entendimento muito claro, de que a solução de qualquer desafio se passava pelo conceito de unidade popular, de unir as pessoas em torno daquilo que converge e jamais no que as diverge. “Isso serve como ensinamento para todos nós, que temos hoje a missão de representar nossos estados, nossas cidades e de podermos defender a política como instrumento de transformação e de proteção social.”