A deputada Lídice da Mata (PSB-BA) quer que sejam esclarecidas as denúncias das ameaças sofridas pelo fundador e presidente da SaferNet Brasil, Thiago Tavares. A empresa é dedicada à defesa dos direitos humanos na internet. Thiago se autoexilou na Alemanha devido ao risco à sua segurança pessoal.
“Os discursos de ódio e fake news na Internet fazem mais uma vítima no Brasil. A situação requer investigações que conduzam a um desfecho rápido e eficaz”, reforçou a socialista. Thiago informou de seu autoexílio esta semana e afirmou que tomou a decisão após uma série de ameaças e do sequestro relâmpago de um dos funcionários da SaferNet.
De acordo com a parlamentar, após o sequestro do funcionário da SaferNet, as ameaças saíram do meio digital e Thiago passou a temer por sua integridade física. No sequestro foram roubados o computador e celular de trabalho do funcionário e, posteriormente, foi constatado o uso do malware Pegasus para espionar o computador. “A existência do programa Pegasus, desenvolvido e comercializado pela empresa israelense NSO Group, já era conhecida. E, no meio deste ano, tornou-se pública a informação de que o software estava sendo utilizado contra jornalistas e opositores dos atuais ocupantes do Governo Federal. É preciso apurar contra quem este sistema tem sido usado e a mando de quem”, argumentou Lídice.
Thiago Tavares relatou que as intimidações começaram após um seminário internacional realizado pelo TSE, em outubro, em que ele participou da mesa: Como se estruturam as campanhas de ódio e desinformação. As ameaças são inúmeras, inclusive ameaças de morte.
Esta semana, Lídice chamou atenção do Grupo de Trabalho que trata do Aperfeiçoamento da Legislação Brasileira da Internet sobre a gravidade do fato e pediu que sejam tomadas providências. “Enquanto relatora da CPMI das Fake News, estive algumas vezes em diálogo com Thiago tratando dos impactos que a desinformação vem provocando em nossa democracia. A SaferNet é uma organização de direitos humanos notória por sua atuação no combate à desinformação e pedofilia online. Suas contribuições são imprescindíveis para a CPMI e para a nossa sociedade”, argumentou a deputada.
Fonte: Com informação da assessoria da deputada