Molon cobra Ministério da Justiça sobre acesso da PF à sala segura onde prova do Enem era mantida

O líder da Oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), apresentou Requerimento de Informação (RIC) para que o ministro da Justiça, Anderson Torres, preste esclarecimentos sobre possíveis irregularidades ocorridas na pasta. 

Molon solicita que o ministro dê respostas às denúncias de servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) de que um policial federal teria acessado o ambiente de conferência da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Entre outros pontos, o deputado questiona quem autorizou a entrada do policial e a quais dados ele teria acessado.   

A imprensa noticiou que servidores do Inep pediram demissão por interferência no trabalho e recorrentes demandas para alterar questões do Enem por pressão da direção do órgão. Eles relataram que houve censura a itens do exame, especialmente àqueles que tratavam de contexto sociopolítico e socioeconômico. 

SALA COFRE – Os servidores contaram que a prova do Enem é preparada e analisada dentro de um ambiente seguro, protegido por detectores de metais e portas que só são abertas com a biometria dos profissionais autorizados. Além disso, a sala está toda cercada por câmeras, sem nenhum ponto cego. 

De acordo com o parlamentar, o fato de um policial acessar a sala viola os princípios da Administração Pública por irem contra a moralidade e a impessoalidade, dispostos na Constituição Federal. “Essas práticas revelam interferências políticas na realização do Enem, que não obedecem a critérios objetivos e nem coincidem com o interesse público”, diz.