A pedido de Rosana Valle, Comissão de Viação e Transportes debate sobre o modelo ferroviário do Porto de Santos

A deputada federal Rosana Valle (PSB-SP) demonstrou sua preocupação com a situação da Ferrovia Interna do Porto de Santos (FIPS). Ela se preocupa que uma possível desestatização do porto prejudique o modelo ferroviário do local. A Comissão de Viação e Transportes, inclusive, debateu sobre o assunto a pedido da socialista.

A parlamentar disse que tem acompanhado as mudanças internas que ocorreram no Porto nos últimos dois anos. Ela reconheceu que ocorreram transformações visíveis que trouxeram grandes avanços para o Brasil. “Nós estamos colhendo os frutos de uma administração técnica e profissional.”

No entanto, existe uma expectativa relacionada ao programa do governo para desestatização dos portos brasileiros. Nesse sentido, o leilão mais aguardado é justamente o do Porto de Santos, que pode arrecadar R$ 16 bilhões. A consulta pública para esse porto deve acontecer no próximo mês de outubro. “Mesmo diante desse quadro, nós sabemos que precisamos avançar muito mais”, afirmou.

De acordo com a deputada, o planejamento previsto no Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do Porto de Santos, prevê o aumento da capacidade de movimentação de cargas de mais de 80 milhões de toneladas, ou seja, mais 49%. Nesse sentido, para dar conta dessa demanda, a estimativa é que sejam necessários dois bilhões, aproximadamente, em obras de expansão da ferrovia.

Rosana contou que, hoje, o sistema ferroviário do complexo santista já está perto da saturação. Ele possui capacidade de aproximadamente 50 milhões de toneladas por ano. Só em 2020 movimentou 48,8 milhões de toneladas.

Ela explicou que o Porto de Santos é ponto de convergência de seis concessões ferroviárias operadas por três empresas. E é justamente isso que preocupa a deputada. Com investimentos em curso e previstos por essas empresas nos acessos até o porto, há a necessidade de ampliar a capacidade ferroviária dentro do complexo santista.