CPMI do Golpe: Duarte afirma que alerta da Abin comprova tentativa de golpe de Estado no País

Durante reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos antidemocráticos, o deputado Duarte (PSB-MA) afirmou que o alerta da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), no dia 6 de janeiro, confirma a tentativa de golpe de Estado no País. O colegiado ouviu, nesta terça-feira (1º), o ex-diretor da Abin Saulo Moura.

No cargo entre janeiro e março de 2023, Moura foi questionado sobre relatórios de monitoramento das manifestações que culminaram na depredação das sedes dos Três Poderes. Os alertas produzidos pela Abin antes de 8 de janeiro tratavam da concentração de manifestantes em frente a unidades militares nas capitais do País, bloqueios de rodovias federais e convocação para atos em frente a refinarias e distribuidoras.

Só que, no dia 6 de janeiro, houve um alerta mais preocupante sobre o risco de ações violentas contra edifícios públicos e autoridades, além do uso de armas e intenção dos manifestantes de invadir o Congresso e outros prédios da Esplanada. “Esse documento ilustra e corrobora claramente o que estamos defendendo desde o início. E não podemos aceitar agora que o discurso do algoz possa vitimiza-lo. Sabemos exatamente quem pensou e instigou esses atos e estamos procurando provas objetivas para colocá-los na cadeia”, disse Duarte.

O parlamentar questionou ainda a falta de coerência da oposição que costuma dizer que não houve tentativa de golpe e que pessoas se manifestaram sem armas, mas agora mudam de versão para tentar imputar alguma culpa ao ministro da Justiça, Flávio Dino.

“Recebemos o plano de ação do dia 8 de janeiro aqui na CPMI e fica claro que era atribuição da Polícia Militar do DF o policiamento ostensivo para manter e preservar a ordem pública da praça dos Três Poderes. Isso foi acordado em reunião com a Secretaria de Segurança Pública do DF, no dia 6 de janeiro. Caberia ao Ministério da Justiça a ação que lhe foi realmente executada, não poderia ser feito nada mais, nada menos” argumentou Duarte.

Saulo Moura disse que nunca afirmou que Dino teve acesso aos alertas, como a oposição costuma afirmar. De acordo com ele, o grupo de Whatsapp criado para passar informações de inteligência contava com representantes de 48 órgãos públicos e nele eram postados os alertas.

Para Duarte, esse não é o canal adequado para esse tipo de informação. “Precisamos saber se existia outro canal de comunicação para o repasse dessas informações, feito formalmente e reconhecido pelos governos federal e distrital”, afirmou o deputado.

Entre os participantes do grupo no aplicativo de mensagens estavam representantes do Exército; da Marinha; da Secretaria de Segurança do Distrito Federal; da Agência Nacional de Transportes Terrestres; do Ministério da Justiça; e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Retorno – A oitiva na CPMI marcou a volta do recesso parlamentar. Duarte afirmou que espera que as investigações terminem o mais rápido possível e traga respostas para a sociedade. “Aqueles que financiaram, instigaram e auxiliaram também precisam ser punidos, assim como os que invadiram e depredaram as sedes dos três Poderes. Não é só o dia 8 de janeiro, mas os atos preparatórios que mostram uma ação estratégica para tomar o poder não pela força do voto, mas pela força de um golpe de Estado”, reforçou.