Em reunião na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, nesta quarta-feira (12), o deputado Elias Vaz (PSB-GO) questionou o ministro da Defesa, Braga Netto, sobre os indícios de superfaturamento na compra de alimentos feita pelas Forças Armadas e dos itens comprados como picanha, bacalhau, filé e cerveja Heineken, que destoam da realidade da população brasileira.
As informações relacionadas às compras, segundo o socialista, foram retiradas de dados oficiais do governo. “Gostaria de entender como, em um momento de pandemia, as Forças Armadas estão gastando tanto dinheiro com esse tipo de alimento, que são caros e que a maioria do povo brasileiro não tem acesso. E não são volumes pequenos, estamos falando de 262 mil quilos de filé, 150 mil quilos de lombo de bacalhau, 714 mil quilos de picanha”, afirmou Elias. O socialista questionou ainda o processo licitatório das compras, uma vez que foi constatado que empresas da mesma família, com empresas no mesmo local e telefone, concorreram entre si na licitação.
Elias e os socialistas Alessandro Molon (RJ), Lídice da Mata (BA), Aliel Machado (PR), Bira do Pindaré (MA), Camilo Capiberibe (AP), Denis Bezerra (CE), Gervásio Maia (PB), Marcelo Nilo (BA) e Vilson da Fetaemg (MG) já tinham feito uma denúncia sobre a compra de 80 mil cervejas e de conhaque e uísque pelas Forças Armadas ao MPF e ao TCU. O MPF distribuiu a representação aos estados e já foram instalados mais de 20 processos de investigação. O TCU recomendou a fiscalização das compras.
Na audiência pública o ministro Braga Neto afirmou que proibiu a aquisição de bebidas alcoólicas com dinheiro público. Ele disse que não comentaria o que ocorreu no passado, mas que a recomendação agora é que seja evitado esse tipo de compra. Para Elias Vaz, a medida adotada pelo ministro é a prova de que a compra desses itens foi imoral. “No caso das bebidas, a justificativa é de que seriam para eventos festivos. É um absurdo, em plena pandemia, nesse momento de dificuldade, o governo ter esse tipo de gasto”, ressaltou o deputado.
Com informações da Assessoria do deputado Elias Vaz