Lídice da Mata afirma que desmontes do governo Bolsonaro no setor cultural são propositais

A Câmara realizou, nesta segunda-feira (8), Comissão Geral para debater as perspectivas para o setor cultural no Brasil. Especialistas presentes no debate fizeram coro ao afirmarem que o País passa por um desmonte da cultura no Governo Bolsonaro. Atuante na defesa do setor, a deputada Lídice da Mata (PSB-BA) disse que o plano do governo de escolher a cultura como inimiga é consciente. “O País tem uma cultura forte poderosa que faz com que todos se reconheçam como um só. Bolsonaro tem a necessidade de destruir essa união para viabilizar o seu projeto de entrega da economia e do patrimônio nacional”, lamentou.
A cultura representa 2,67% do PIB brasileiro e 5,8% do total de postos de trabalho brasileiros, mas de acordo com os representantes do setor, esse número era ainda maior antes da pandemia da Covid-19. Para Lídice, as tentativas de Bolsonaro de destruir o setor e os efeitos da pandemia transformaram a situação em uma verdadeira tragédia. “A nossa força é tão grande que, mesmo diante de tal cenário, nos mobilizamos e conseguimos aprovar a Lei Aldir Blanc, de socorro emergencial aos trabalhadores e trabalhadoras do setor”, disse.
A socialista destacou que a Lei Aldir Blanc se transformou na maior democratização de acesso a recursos do setor cultural. “Uma lei transitória hoje se transforma em luta de todos nós no Congresso para se tornar uma política nacional. Essa força de resistência do setor foi capaz de fazer tudo isso e será capaz de construir para 2023 um renascimento da política nacional de cultura no Brasil”, acrescentou.
O historiador Célio Turino destacou que neste momento de desmonte o Congresso não fugiu a sua responsabilidade. Para ele, o ataque a cultura é um crime de lesa a pátria. “A cultura está para um país da mesma forma que as Forças Armadas estão para a defesa do Território. É o cuidado com a Nação que está em jogo”, afirmou. Turino defendeu a ampla mobilização, de baixo para cima, com articulação de gestores, entidades de cultura, sociedade civil, para um grande congresso nacional da cultura no próximo ano. “Se o Governo Federal não se responsabiliza pela importância da cultura, que gestores e fazedores de cultura assumam esse processo.”