O coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP), incentivou a utilização de bioinsumos na agricultura familiar para combater pragas e doenças. Ele participou, nesta quarta-feira (2), de debate promovido pelo Frente com especialistas do setor sobre o assunto.
Os bioinsumos são uma variada gama de organismos vivos que, devidamente manipulados, combatem os vetores de doenças. Na agricultura, eles aparecem como alternativa sustentável aos agrotóxicos químicos e registram rápida expansão no Brasil.
Para Agostinho, se as pessoas querem chegar na prateleira do supermercado e comprar um produto orgânico, é preciso incentivar esse tipo de agricultura familiar, além de criar alternativas para os produtos convencionais que já estão no mercado. “Isso tem muito relação com a vida mais saudável que as pessoas querem ter. Durante esse período de pandemia chegou ao absurdo do Brasil importar produto orgânico, por uma completa desorganização e falta de estrutura”, disse.
Dirigente do Movimento dos Pequenos Agriculturores (MPA) e Via Campesina, Frei Sérgio, disse que o uso e a produção dos bioinsumos significam uma nova fronteira científica e tecnológica, por agregar novos conhecimentos e instrumentais técnicos a essa sabedoria milenar. Ele acrescentou que é preciso legislar sobre isso. “Significa, também, uma nova base técnica para a produção de alimentos com sustentabilidade ambiental e promoção da saúde humana. Pode promover, também, uma nova base industrial descentralizada, geradora de empregos de qualidade para uma economia ecológica e sustentável.”
O presidente do Instituto Brasil Orgânico, Rogério Dias, reconheceu que é possível dar a possibilidade ao consumidor de encontrar o bioinsumo com mais facilidade no mercado, mas, também, de forma descentralizada, com produtores locais, de empresas locais. “A grande vantagem de uma biofábrica é que ela pode ser pequena. A produção de bioinsumo pode ser em escala reduzida e adaptada a realidade de um determinado local. Então, se eu tenho menos distância para percorrer e tudo mais, isso certamente vai favorecer bastante e a gente pode abrir um outro espaço de emprego e renda para a população”, disse.
