Segurança Pública: Após provocações e interrupções da oposição, audiência com Flávio Dino é suspensa

Nesta terça-feira (11), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, compareceu à Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado para tratar de temas como o desarmamento da população e os atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro, mas a sessão foi encerrada antes da conclusão, após constantes interrupções e provocações da oposição nas falas do ministro.

A deputada Lídice da Mata (PSB-BA) lamentou o ocorrido e afirmou que tem parlamentares que não estão acostumados com a convivência política democrática e que não conseguem ouvir o contraditório. “O ministro não podia continuar em um ambiente de desrespeito total. Quando nós éramos oposição eles não passavam por isso, porque os debates eram feitos no campo das idéias. Agora, partem para agressão pessoal. São os mesmos que alimentam o ódio, a raiva e a política de morte e armamento no País”, disse.

O deputado Duarte (PSB-MA) foi verbalmente agredido pela deputada Carla Zambelli (PL-SP) ao tentar garantir a ordem da sessão e o respeito ao ministro. “Repudio veementemente essa atitude inaceitável e de total falta de exemplo. Irei representá-la no Conselho de Ética. Respeito é a base de qualquer diálogo”, afirmou Duarte.

Durante a fala do deputado Gervásio Maia (PSB-PB), parlamentares ficaram gritando: puxa-saco, demonstrando total falta de respeito a ele e ao andamento do debate. Gervásio afirmou que o ministro da Justiça deve seguir o seu trabalho de excelência e o desmonte ao liberou geral das armas de fogo no País.

Além disso, o parlamentar falou dos últimos quatro anos de desconstrução de diversas políticas importantes durante o governo Bolsonaro, com atos de intolerância como a vista hoje na Comissão. “Precisamos acabar com esse ódio que se instalou no País”, acrescentou.

O ministro afirmou que está aberto ao diálogo permanente com todos, mas para o debate político saudável, sem agressões. “Eu não sou réu, não sou acusado. Estou aqui na condição de convidado, como ministro do atual Governo. Estamos trabalhando de forma séria e sempre estarei à disposição para tratar dos mais variados temas no Congresso”, completou.

Violência na escolas:

Na sua fala inicial, Dino destacou a importância de se debruçarem, de forma sistêmica, no enfrentamento à violência nas escolas que o Brasil está acompanhando nos últimos dias. De acordo com ele, o ministério está tomando as medidas que lhe cabem para conter a onda de violência.

“Vamos lançar hoje um edital com R$ 150 milhões de reais a serem destinados para estados e municípios que apresentem propostas de enfrentamento e prevenção, como o reforço das rondas e patrulhamentos escolares”, contou. O ministério está debatendo, ainda, com plataformas de tecnologia para que haja moderação de conteúdos de ódio, agressão e apologia de violência.

O ministro disse que acredita no trabalho das polícias brasileiras e que elas sim devem estar armadas, para exercer o monopólio do uso legítimo da força. Dino lembrou que os Estados Unidos é o país que mais tem casos de chacina nas escolas e agora está acontecendo no Brasil. “Será que é impossível enxergar correlação lógica entre ódio, armamento e chacina nas escolas?”, questionou o ministro aos parlamentares.