Socialistas cobram ações em defesa dos povos indígenas e de combate ao garimpo ilegal

O coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP), criticou, nesta quinta-feira (3), as ações de garimpeiros em terras indígenas. Ele participou de reunião virtual com lideranças indígenas e demais parlamentares para discutir o prejuízo que a mineração causa na vida desses povos tradicionais.

Na ocasião, representantes da campanha #ForaGarimpoForaCovid entregaram aos deputados federais petição pela retirada dos garimpeiros da Terra Yanomami, com mais de 400 mil assinaturas.

Para Agostinho, é preciso estar atento, pois nesse ano, por exemplo, os parlamentares defensores dos direitos indígenas conseguiram barrar o Projeto de Lei (PL) 191/20, que regulamentava a exploração de recursos minerais em reservas indígenas. “Precisamos estar atentos porque o ano que vem vai ter outra mesa diretora e o governo vai fazer de tudo para colocar na pauta”, disse.

Ainda de acordo com o parlamentar, essa crise não tem precedentes, ainda mais porque a narrativa do governo incentiva a ocupação da Amazônia de forma desordenada. Ele também alertou para o fato de que o garimpo está aumentando em um ritmo assustador, além do ouro com um valor muito alto e a nossa moeda se desvalorizando. “A contaminação das águas da Amazônia tá causando um rastro de destruição sem precedentes. Toda a população da Amazônia que se alimenta de peixes é afetada com a contaminação do mercúrio. E nada real e concreto está sendo feito”, criticou.

Preocupado com os danos que o garimpo gera no região Amazônica, o deputado Camilo Capiberibe (PSB-AP), que também participou da reunião virtual com as lideranças indígenas, disse que vai modificar o Projeto 5131/19 apresentado por ele e trata das penalidades para o transporte de ouro ilegal.

Segundo ele, o objetivo é proteger as populações tradicionais da Amazônia. “Precisamos barrar as iniciativas de retrocesso, mas também pensar nessa legislação de maneira proativa. Precisamos criar uma visão de que é preciso proteger a saúde das pessoas. É mais fácil proteger a saúde das populações tradicionais, dos povos ribeirinhos e da população geral da Amazônia, do que simplesmente combater o garimpo ilegal”, explicou. Capiberibe disse que a lei deve não só punir o transporte ilegal de ouro, mas, principalmente, proteger a saúde pública e o meio ambiente.