No Dia Internacional das Mulheres, 8 de março, a luta pelo combate à violência, pela equidade de gênero, por mais espaço nas esferas de poder e por melhores condições de trabalho seguem firmes na pauta feminina. Essas são bandeiras presentes na trajetória do PSB. Em celebração à data, as deputadas socialistas Lídice da Mata (BA), Tabata Amaral (SP) e Rosana Valle (SP) destacaram a importância da união para que as pautas femininas sejam uma prioridade de todos.
De acordo com Tabata, o Dia Internacional da Mulher é um momento de celebração, mas também de luta para que todas as meninas possam sonhar sem limites e todas as mulheres não sintam medo em seus lares e na rua. “Temos que ter condições de nos ver representadas e com demandas ouvidas”, disse. A deputada defende uma reserva de vagas para mulheres no Congresso que hoje ocupam apenas 15% dos assentos. “Essa foi a forma mais efetiva que outros países encontraram para que as mulheres de fato sejam representadas nos espaços de poder”, acrescentou.
Dados da União Interparlamentar (UIP) mostram que o Brasil ocupa o 144º lugar entre os 190 países com participação feminina na política. Segundo Lídice, o número de mulheres na política brasileira já avançou, mas ainda é muito pequeno. “Existe ainda muita dificuldade de aceitação da figura feminina no espaço público, mesmo as mulheres representando mais de 50% do eleitorado e da população brasileira”, disse.
A socialista lembra que a data lembra a greve de mais de cem operárias de uma fábrica em Nova York, em 1911 , que reivindicavam seus direitos e morreram em um incêndio dentro da fábrica. “Portanto, é um dia de luta e rememoração do sacrifício daquelas mulheres. No Brasil atual, devemos renovar o compromisso com a luta em defesa da conquista de igualdade e, nesse momento, a luta tem que ser também de fora Bolsonaro, não desejamos que ele seja o presidente do País”, reforçou. No último ano, Bolsonaro cortou 50% do orçamento de políticas públicas voltadas para o atendimento a mulheres.
Oficialmente, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o Dia Internacional das Mulheres, há 47 anos, em alusão ao incêndio citado pela deputada Lídice e a outras reivindicações femininas no início do século XX. No Brasil, além da dificuldade de acesso aos espaços de poder, mulheres ganham 34% a menos que homens que ocupam as mesmas funções e apenas 37,4% dos cargos gerenciais são ocupados por mulheres. A violência contra mulheres também tem números alarmantes, a cada 6 horas e 30 minutos ocorre um feminicídio no Brasil e, a cada minuto, 25 mulheres sofrem violência doméstica.
A deputada Rosana Valle reforça a importância de ações efetivas para combater a violência contra mulheres. “O cenário é ainda pior diante do confinamento imposto pela Covid-19. O número de casos de violência dentro de casa aumentaram bastante. E é importante lembrar que a violência não se limita a agressão física, mas a agressão psicológica, patrimonial, moral e também política. Todas elas deixam marcas irreversíveis”, acrescentou. Rosana dá prioridade na Câmara a propostas que garantam a integridade de mulheres, como a lei, de autoria de parlamentares socialistas, que determina a retirada da posse e do porte de armas de fogo de agressores de mulheres.
Celebrações:
Nesta terça-feira (8), Câmara e Senado realizaram Sessão Solene conjunta para celebrar a data. As convidadas e as parlamentares presentes reforçaram a importância da presença de mulheres no Congresso.
A empresária Luiza Trajano, presidente do Conselho da Magazine Luiza e do Grupo Mulheres do Brasil, afirmou que o desafio é lutar por 50% de mulheres em cadeiras efetivas na política. Participaram da solenidade a médica pneumologista e pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcomo, a fundadora do projeto Costurando Sonhos para combater a violência contra a mulher, Suéli Socorro, a ex-senadora e ambientalista, Marina Silva, e a cofundadora do Instituto Empoderar, Vládia Pompeu.
Neste mês, a Secretaria da Mulher da Câmara realiza atividades em alusão ao Dia Internacional da Mulher. Este ano, o foco da programação são os 90 anos da instituição do voto feminino no Brasil, celebrado no dia 24 de fevereiro. As ações são desenvolvidas em conjunto com a Procuradoria Especial da Mulher do Senado Federal e apoio de instituições parceiras.
